Se há coisa que a pandemia trouxe foi a vontade de conhecer melhor o nosso país, passando férias cá dentro, e acabarmos surpreendidos com paisagens naturais, mosteiros e santuários que já não víamos desde o livro de história do 5.º ano. Vidago Palace, Quinta das Lágrimas, Jardim Botânico do Porto, Parque das Pedras Salgadas, Quinta da Aveleda ou Mata do Bussaco são alguns dos 29 jardins históricos que ganharam uma nova forma de serem visitados em plena pandemia.

A Associação Portuguesa dos Jardins Históricos (AJH) acaba de lançar 12 Garden Experiences, que incluem passeios guiados, viagens de barco, alojamento, provas de vinhos e produtos gastronómicos típicos das regiões do Douro, Tâmega, Minho, Dão e Coimbra. A iniciativa começou a ser pensada há dois anos, quando a associação fez um levantamento extensivo deste património. “Não existia um inventário detalhado destes espaços, era necessário perceber a disponibilidade dos proprietários para os abrir ao público e dotá-los de equipamentos para poderem ser visitados. Foi uma missão quase impossível”, explica Fernando Guedes, vice presidente da AJH.

Após esta pesquisa, foram selecionados 29 jardins do Norte e Centro, dos mais famosos aos mais secretos e remotos, e desenhadas rotas turísticas que aliam o interesse cultural, histórico, arquitetónico e ambiental, em várias sugestões com diferentes preços e durações, que podem ser vividas em grupo ou de forma individual.

A intenção passa por valorizar e salvaguardar estes territórios, que nos últimos anos se tornaram muito dependentes do mercado externo e durante a pandemia ficaram desertos, gerando receitas para os conservar e recuperar. “Os jardins são um turismo ambiental, um turismo seguro e não de massas”, disse Manuel Sousa, arquiteto e especialista em jardins históricos em Portugal. Numa fase de desconfinamento em que os espaços ao ar livre são privilegiados, a AHJ associou-se a duas agências turísticas, a Clubtour e a Traveltailors, para comercializar uma oferta que o visitante pode simular através do site ou de uma aplicação móvel.

A AHJ foi criada em 2003, tem atualmente mais de 200 associados, proprietários de alguns dos mais notáveis jardins em Portugal, e revela que o objetivo é alargar este conceito ao resto do país, tendo como meta definir 30 rotas em Portugal continental, Açores e Madeira.

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