O julgamento dos três ex-agentes da polícia de Minneapolis acusados de auxílio e de cumplicidade na morte do afro-americano George Floyd será adiado para março de 2022, deliberou esta quinta-feira um juiz do estado do Minnesota.

O início do julgamento dos ex-agentes Thomas Lane, J. Kueng e Tou Thao, que estavam no local quando o afro-americano foi morto em plena via pública em 25 de maio de 2020 pelo também polícia (atualmente ex-agente e já considerado culpado pela justiça norte-americana) Derek Chauvin, estava agendado para agosto.

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Em abril passado, um tribunal do estado do Minnesota (norte dos Estados Unidos) considerou Derek Chauvin culpado do homicídio de George Floyd e a divulgação da sentença está prevista para 25 de junho.

Na semana passada, a justiça federal anunciou que abriu, por sua vez, um processo contra os quatro ex-agentes policiais por “violação dos direitos constitucionais” de George Floyd durante a sua detenção.

Durante a audiência processual realizada esta quinta-feira, o juiz Peter Cahill argumentou que as penas que incorrem os ex-agentes nos tribunais federais “eram muito mais altas” e que era “mais lógico deixar o julgamento federal prosseguir primeiro”.

Como consequência, o magistrado decidiu adiar para 7 de março de 2022 o início do julgamento dos três ex-agentes por “cumplicidade no homicídio”.

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As “duplas” ações judiciais, em tribunais estaduais e em tribunais federais, são permitidas nos Estados Unidos da América (EUA), mas são relativamente raras.

Esta situação é um reflexo da importância deste caso que agitou a sociedade civil norte-americana.

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Em 25 de maio de 2020, em plena via pública, Derek Chauvin ficou ajoelhado sobre o pescoço de Floyd durante oito minutos e 46 segundos, asfixiando mortalmente o afro-americano, que era suspeito de efetuar um pagamento com uma nota falsa de 20 dólares.

Na altura, câmaras de videovigilância e dos telemóveis de vários transeuntes registaram o gesto do então polícia, mas também a frase repetida várias vezes por Floyd: “Não consigo respirar”.

O caso desencadearia uma vaga de protestos antirracismo e anti-violência policial nos EUA e em várias partes do mundo.