O Presidente guineense recebeu esta quarta-feira em audiência um grupo de norte-americanos descendentes de escravos oriundos da Guiné-Bissau, que agora querem “retornar e voltar a conectar” com a terra dos seus antepassados, disse um deles, Siphiwe Baleka.

Baleka, nadador olímpico norte-americano, que visitou pela primeira vez a Guiné-Bissau em 2020, disse que esta quarta-feira é um “dia histórico” para todos os descendentes de escravos oriundos do território guineense.

“Dia histórico, sermos recebidos pelo Presidente Embaló, isso tem grande significado para nós e para os que estão nos Estados Unidos”, declarou Baleka que se assume como da etnia balanta.

Siphiwe Baleka assinalou que os escravocratas levaram do território guineense muitas pessoas a quem não permitiam falar a língua nativa, mas que hoje, graças à tecnologia, muitos já estão a realizar testes de ADN para descobrir a sua origem.

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“Não somos turistas, nem investidores, estamos aqui porque isto é a nossa casa”, notou Baleka.

Robert Bumbers, outro membro do grupo que esteve na audiência com Umaro Sissoco Embaló e que está na Guiné-Bissau pela primeira vez, disse que se sente “reconectado” com a terra de onde partiram os antepassados da sua mãe.

“No ano passado fiz um teste de ADN e descobri que a minha mãe é descendente da Guiné-Bissau, senti que tinha que regressar para conectar com o sítio onde de onde a minha mãe foi furtada”, observou Bumbers, a primeira pessoa da sua família a visitar o país.

Bumbers promete voltar à Guiné-Bissau “mais vezes” para conhecer a comida, a cultura e as pessoas, que disse, o receberam bem.

“A Guiné-Bissau diz-me muito”, destacou Bumbers.