O deputado do Chega dos Açores José Pacheco acusou nesta quinta-feira o líder regional, Carlos Furtado, de o querer “empurrar para fora do partido” e do parlamento açoriano, avançando que apresentou queixou à Comissão de Ética do Chega.

José Pacheco revelou à agência Lusa que fez uma queixa à Comissão da Ética do partido sobre a postura do líder regional, Carlos Furtado, e admitiu recorrer também a “meios legais”.

Num comunicado enviado à imprensa, José Pacheco disse estar a ser alvo de “terrorismo psicológico” e de “ataques públicos, constantes e gratuitos”, que têm de ser “travados custe o que custar, doa a quem doer”.

Usarei dos meios e ferramentas legais necessários para impedir que o meu bom nome seja colocado na lama, como se de um bandido se tratasse. Irei usar estes meios à minha disposição para limpar esta nódoa que tentam impor de forma direta ou indireta”, lê-se no comunicado.

José Pacheco disse ser alvo de uma “perseguição doentia”, salientando que esteve ausente da convenção regional do partido, no fim de semana passado, por solidariedade com um militante que foi barrado à entrada. O deputado refere-se ao membro da antiga direção do Chega dos Açores Fernando Mota, que foi impedido de entrar na convenção por ter um processo de suspensão de militante por 90 dias.

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“Como é de conhecimento público, supostamente, já não faço parte da direção regional do Chega, certo é que nunca me demiti, apenas tenho sido boicotado”, assinalou José Pacheco.

Não posso continuar a ser constantemente agredido e até mesmo condicionado no meu trabalho político em prol das pessoas. Prova disto é a tentativa patética de me impedirem de usar o nome do Chega, o partido pelo qual fui eleito”, acrescentou.

Ouvido pela agência Lusa, Carlos Furtado, também deputado na Assembleia Legislativa dos Açores, afirmou que José Pacheco está num “estado de loucura”.

O líder regional do Chega dos Açores disse que a última vez que se referiu ao antigo secretário-geral do partido nos Açores foi numa entrevista na quarta-feira, onde afirmou que ele “está num processo de autodestruição”. “Eu não estou perseguindo o senhor José Pacheco, nem o estou a empurrar para fora de coisa nenhuma. Agora, o senhor José Pacheco com essas afirmações está a dizer coisas muito graves que se calhar vai ter de as provar”, declarou.

Carlos Furtado disse que irá “proceder em conformidade” face às “acusações graves e infundadas” de José Pacheco, sem concretizar.

A II Convecção Regional do Chega dos Açores decorreu no último fim de semana, em Ponta Delgada, depois de Carlos Furtado ter sido reeleito presidente da estrutura do partido no início do mês.

Em 15 de março, José Pacheco confirmava que seria candidato à liderança regional, assumindo “divergências” com o atual líder quanto ao “rumo” do partido na região. Menos de um mês depois, em 6 de abril, Pacheco anunciou que ia abandonar a corrida à liderança da estrutura regional para acabar “com as divergências”.

O Governo Regional dos Açores, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, é suportando no parlamento açoriano pelos partidos do governo, pela Iniciativa Liberal e pelo Chega, que elegeu dois deputados nas legislativas de regionais de 2020.