A história do Campeonato de andebol parecia escrita ainda antes do FC Porto-Sporting. Ou melhor, já deveria estar escrita. No entanto, uma primeira parte desastrosa em termos defensivos dos dragões, acompanhada pela falta de eficácia no ataque, fez ainda que, por alguns minutos, ficasse uma sensação de incerteza não só sobre aquela que podia ser a primeira derrota nos dragões mas também nos números do resultado final (importantes para o confronto direto). Ainda assim, e mais uma vez, uma grande recuperação do conjunto azul e branco, que secou as ações ofensivas dos leões e foi somando golos seguidos, deu o triunfo ao FC Porto por 33-30.

O resultado no último clássico praticamente sentenciou o Campeonato, embora houvesse ainda uma ligeira esperança do Benfica em continuar na luta pelo título caso vencesse o campeão. E o encontro da primeira volta no Dragão Arena, marcado pelo grande equilíbrio até ao triunfo dos visitados por 27-25, parecia mostrar que os encarnados tinham melhores argumentos para tentarem quebrar a hegemonia dos portistas. Contudo, e num jogo que praticamente decidiu o primeiro lugar, o FC Porto foi melhor, ganhou por 35-33 e ficou apenas a uma vitória de revalidar o título, o que pode acontecer já no próximo sábado diante do Águas Santas.

O encontro começou com os ataques a superarem claramente as defesas, com seis golos consecutivos repartidos entre ambas as equipas e Daymaro Salina a fazer o 5-3 para os dragões na sequência da primeira ação ofensiva sem remate certeiro. Os minutos seguintes mantiveram as vantagens de um/dois golos dos azuis e brancos, os encarnados conseguiram depois aproveitar um ataque falhado da equipa de Magnus Andersson para chegarem ao empate a sete mas três golos consecutivos do FC Porto mesmo estando em inferioridade numérica acabou por fazer com que os visitantes ganhassem uma “almofada” confortável na partida, beneficiando também de um regresso inspirado de Nikola Mitrevski à Luz que fechou a baliza na segunda metade até ao intervalo.

Ao intervalo, os dragões tinham quatro golos de vantagem (19-15) com Victor Iturriza a ser o melhor marcador entre dez jogadores de campo com pelo menos um remate certeiro (Rui Silva e Diogo Branquinho acabaram com três cada), o que mostra bem também a rotatividade que o técnico sueco foi promovendo na equipa. Do lado do Benfica, Mahamadou Keita e Petar Djordic eram os melhores marcadores, com quatro golos cada.

No segundo tempo, e ao contrário do que acontecera em grande parte dos minutos até ao intervalo, as águias conseguiram mostrar outros argumentos em termos defensivos também com Sergey Hernández a conseguir uma maior taxa de eficácia na baliza e aproximaram-se até um golo de diferença com mais um grande golo de Belone Moreira (25-24), antes de um ataque com bola na trave seguido de remate de baliza a baliza de Rui Silva que voltou a recolocar a diferença nos três golos antes do 28-24. Esse momento acabou por ser determinante para o final da partida, que ficou concluída com o resultado de 35-33 relegando os encarnados para a discussão do segundo lugar com o Sporting, havendo ainda mais um dérbi na Luz até ao final do Campeonato. Iturriza, com dez golos, foi o melhor marcador do encontro, seguido de Djordic (sete), Paulo Moreno e Belone (seis cada).

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