Portugal não está a equacionar a dispensa do uso de máscara por parte de pessoas vacinadas, garantiu este sábado o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, alegando falta de robustez científica para avançar com essa medida.

“Tomámos a decisão de, mesmo após vacinação, manter a máscara, manter distanciamento e, portanto, manter as diretrizes da Direção-Geral da Saúde (DGS)”, afirmou António Lacerda Sales,  nas Caldas da Rainha, considerando não haver “ainda robustez científica naquilo que é a possibilidade de transmissibilidade [do vírus], nomeadamente nos assintomáticos”.

O assunto tem estado em debate ultimamente, com os peritos que têm disponibilizado ao Governo sustentação científica para as medidas a terem em mãos um plano — pedido pelo primeiro-ministro — para quando a população acima dos 60 anos estiver imunizada.

Quando poderão os portugueses libertar-se das máscaras? Em breve (mas só só vacinados e com algumas condições)

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Os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira que vão acabar com a obrigatoriedade do uso de máscaras faciais para pessoas vacinadas, incluindo em alguns ambientes fechados, devido à evolução favorável do combate à pandemia de covid-19.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) reviram as suas orientações para pessoas totalmente vacinadas, permitindo que estas deixem de usar máscaras ao ar livre, em multidões, e na maioria dos ambientes fechados, apesar de o seu uso ser ainda exigido em ambientes fechados lotados, como autocarros, aviões, hospitais ou prisões.

Questionado pela Agência Lusa, o secretário de Estado sublinhou que, após vacinação, “o que há de robustez em termos científicos é que há uma imunogenicidade, por assim dizer, contra doença grave”. Mas, afirmou, o país não tem ainda “definição quanto a esse processo”, de a máscara poder vir a ser dispensada após vacinação.

“Bem pelo contrário”, o que o Governo recomenda é que “se mantenha o distanciamento, que se mantenha a máscara”, recomendações que Lacerda Sales acredita serão “as indicações nos próximos tempos”, embora com a evolução dos conhecimentos científicos em relação à covid-19, os procedimentos “possam vir a ser adaptados e adequados a novas normas”.

António Lacerda Sales falava nas Caldas da Rainha, à margem das comemorações do dia da cidade, a que hoje presidiu, num dia dedicado ao termalismo e aos cuidados primários.