A escultura “Virgen orante entronizada”, exposta no museu do Prado, em Madrid, é a mais recente surpresa do histórico museu da capital. Catalogada como obra datada do século XV e pertencente à escola espanhola desse mesmo período, descobriu-se agora que as atribuições que lhe foram dadas em 1971 estavam erradas, segundo o El Español.

A peça de escultura medieval foi recentemente alvo de trabalhos de limpeza e restauração, tendo os especialistas confirmado as suspeitas: não se trata de uma obra do século XV, mas sim do século XX, como comprova o “estudo técnico exaustivo” realizado.

A peça, feita em alabastro policromado e parcialmente dourado, foi assim catalogada em 1971 aquando da sua aquisição pelo Patronato Nacional de Museus, e três anos mais tarde atribuída ao Museus Nacional do Prado, que decidiu iniciar, em 2017, trabalhos de restauro e limpeza da obra.

Os peritos escolhidos para a restauração da obra, após uma primeira inspeção visual, detetaram uma falta de qualidade na execução da peça a nível da policromia, da qualidade do material selecionado e da forma como estava esculpido.

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De acordo com o La Vanguardia, o Museu do Prado pagou 300 mil euros pela obra a um conhecido antiquário de Madrid chamado Ángel Lucas Villar.

O engano só seria descoberto em 2017, 43 anos depois depois de a obra ter sido atribuída ao Museu do Prado (em 1974), precisamente quando a escultura foi levada para uma oficina de restauro.

Os defeitos da obra ficaram por demais evidentes na fase seguinte da avaliação, a limpeza, em que a análise de microamostras feitas pelo museu, confirmaram as suspeitas de falta de autenticidade.

O processo de restauração e limpeza decorreu durante estes anos, e o resultado da investigação seria dado a conhecer ao público num congresso convocado para os dias 24 e 25 de junho, no museu do Louvre, mas acabou por ser adiado para o próximo ano devido à Covid-19.