Os tubarões usam o campo magnético da Terra como uma espécie de GPS natural para nadarem grandes distâncias pelos oceanos, sugerem cientistas dos Estados Unidos num estudo publicado na revista da especialidade Current Biology.

Investigadores da Universidade do Estado da Florida fizeram experiências de laboratório com uma pequena espécie de tubarão-martelo (Sphyrna tiburo) e verificaram que o comportamento é semelhante ao observado em outros animais marinhos, como as tartarugas.

Os tubarões são capazes de atravessar mares e encontrar o caminho de volta para se alimentarem e reproduzirem.

“Sabemos que os tubarões podem responder a campos magnéticos. Não sabíamos que os detetavam e usavam como auxílio à navegação. Há tubarões que podem percorrer 20 mil quilómetros e acabar no mesmo lugar”, afirmou um dos autores do estudo, Bryan Keller, especialista em política marinha, citado pela agência noticiosa AP.

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Os cientistas estudaram uma espécie de tubarão-martelo que vive na costa americana e regressa todos os anos aos mesmos estuários, expondo 20 exemplares a condições magnéticas que simulavam locais a centenas de quilómetros de distância de onde foram capturados, na Florida.

A equipa de investigadores observou que os tubarões começaram a nadar para norte quando as pistas magnéticas os fizeram pensar que estavam a sul de onde deveriam estar.

Segundo Bryan Keller, é possível que esta sensibilidade ao campo magnético da Terra se estenda a outras espécies de tubarões, como os tubarões-brancos.

No entanto, mais estudos são necessários para se perceber como os tubarões usam o campo magnético para determinar a sua localização e se tubarões maiores utilizam um sistema semelhante para se orientarem no seu caminho.