Pelo menos quatro pessoas morreram na Índia e dezenas de milhares foram retiradas de casa por causa das chuvas torrenciais e ventos fortes provocados pelo ciclone Tauktae. A tempestade está a mover-se ao longo da costa oeste do país, no sentido sul-norte, obrigando à emissão de um alertas laranja e vermelhos de mau tempo na Índia.

Num comunicado emitida este domingo de manhã, o Departamento Meteorológico da Índia anunciou que o ciclone tinha passado a “tempestade muito severa” e que, naquele momento, estava a 150 quilómetros de Panjim-Goa e a 490 quilómetros de Bombaim. Mais de 50 equipas das Forças de Resposta a Desastres Nacionais foram enviadas para Gujarat, para onde o ciclone se encaminha e onde deve entrar em terra na manhã de segunda-feira.

Pelo caminho, o ciclone Tauktae também já atingiu Goa com chuvas muito fortes. O primeiro-ministro Narendra Modi mandou suspender todas as atividades piscatórias junto à costa indiana, os voos com destino e com partida de Lakshadweep foram cancelados e o Governo ordenou o transporte de mais material médico (incluindo ventiladores e geradores) para as zonas mais afetadas.

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Os ventos do ciclo Tauktae estão a atingir velocidade próximas dos 160 quilómetros por hora. Várias cidades estão completamente inundadas, com infraestruturas destruídas, à conta da tempestade. Em Gujarat, 75 mil pessoas foram retiradas de casa na preparação para a intensificação do ciclone; e em Kerala, pelo menos 23 pescadores foram dados como desaparecidos.

O diretor das Forças de Resposta confirmou que “algumas pessoas morreram em Tamil Nadu devido ao colapso de uma parede e por eletrocussão” e que há quem tenha perdido a vida em Karnataka. “Estamos a trabalhar na evacuação e na construção de uma consciencialização” para o perigo da tempestade, continuou.

A tempestade vai perturbar o combate da Índia à segunda vaga de Covid-19, que já atirou o país para o caos à conta do surgimento de uma variante mais transmissível do SARS-CoV-2. As campanhas de vacinação em Gujarat agendadas para segunda e terça-feira foram suspensas e os hospitais preparam-se para mais complicações na prestação de serviços de saúde aos internados com Covid-19.