O presidente do recém-criado Volt Portugal (VP), Tiago Matos Gomes, será candidato à Câmara de Lisboa e Miguel Macedo, presidente da distrital lisboeta do partido, irá encabeçar a lista à Assembleia Municipal nas próximas eleições autárquicas.

Esta quarta-feira, em declarações à agência Lusa, Tiago Matos Gomes indicou que os membros da distrital de Lisboa do Volt aprovaram este fim de semana o seu nome e o de Miguel Macedo como candidatos à autarquia e à assembleia municipal, respetivamente. O presidente do VP obteve 83,3% de votos a favor, 11,1% em branco e 5,6% contra, adiantou o próprio.

Tiago Matos Gomes explicou também que, antes da eleição deste fim de semana, a Comissão Política Nacional do partido já tinha aprovado estes nomes, por unanimidade.

Segue-se agora a aprovação pelo Conselho Nacional, acrescentou, salientando que é uma formalidade e que aquele órgão “não vai contra a vontade dos membros” das distritais. Em 8 de março, o Volt Portugal anunciou que Tiago Matos Gomes tinha comunicado aos militantes a sua vontade de ser candidato à Câmara Municipal da capital do país e de Miguel Macedo à Assembleia Municipal.”Os dois candidatos irão submeter-se a uma eleição interna e, vencendo, terão de ser confirmados em Conselho Nacional”, lia-se na nota.

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Citado na nota, o líder do Volt Portugal afirmou que Lisboa é a cidade onde nasceu e vive, apontando conhecer bem “os seus problemas, as suas contradições, as diferenças entre bairros, as desigualdades territoriais e sociais, bem como a sua população tão diversa e, por isso, tão rica“.

Matos Gomes quer “uma mudança de paradigma, uma cidade mais humanizada, mais verde, com um espaço público cuidado, em que os cidadãos possam fazer parte das decisões da sua rua, do seu bairro, da sua freguesia”.

Queremos uma cidade que aposta nos transportes públicos, que tem em conta as diferentes formas de mobilidade, com um espaço público inclusivo. Queremos uma cidade que aposta na cultura, na diversidade, que é historicamente multicultural e multiétnica e que deve aproveitar essa vantagem”, considerou.

No I Congresso do Volt, em setembro de 2020, vários volters caracterizaram as eleições autárquicas como “uma oportunidade única” para dar visibilidade ao partido e para as quais o Volt Portugal mostrou vontade de apresentar candidaturas nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, “de forma independente ou em parceria“.

Na altura, as opiniões divergiram quanto aos partidos a privilegiar em futuras coligações, tendo o congresso concordado em apenas excluir “forças políticas extremistas“.

O Volt Portugal é um partido que defende o federalismo europeu, a criação de um Parlamento Europeu “com iniciativa legislativa” e de um Senado europeu, o estabelecimento de “um governo europeu eleito e um Presidente europeu eleito por sufrágio universal” e ainda umas Forças Armadas Europeias.

Por considerar que a dicotomia esquerda-direita está esgotada e que “o século XXI precisa de partidos do século XXI”, o Volt posiciona-se politicamente como um partido progressista, priorizando o pragmatismo na tomada de decisões políticas independentemente da ideologia.

Em 25 de junho, o Tribunal Constitucional (TC) aceitou a inscrição do Volt Portugal como partido político, que se tornou na 25.ª força política em Portugal, vendo assim concretizado um processo que iniciou em outubro de 2019, com a entrega de 9.000 assinaturas.

O movimento, que surgiu em Portugal em 28 de dezembro de 2017, conta com um eurodeputado no Parlamento Europeu, Damian Boeselager, eleito pelo Volt Alemanha nas eleições de maio de 2019.

Para a corrida à presidência da autarquia lisboeta, atualmente presidida por Fernando Medina (PS), foram até agora anunciadas as candidaturas de Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL) e Nuno Graciano (Chega), além de Tiago Matos Gomes.

O executivo da Câmara de Lisboa é atualmente composto por oito eleitos pelo PS (no qual se incluem os Cidadãos por Lisboa), um do BE (que tem um acordo de governação do concelho com os socialistas), quatro do CDS-PP, dois do PSD e dois do PCP.