Marcelo Rebelo de Sousa foi condecorado com a medalha Amílcar Cabral durante a visita de Estado à Guiné-Bissau, onde um Presidente da República já não ia há 31 anos. O chefe de Estado admitiu que é mais do que uma condecoração para si, “é uma medalha dada a Portugal, aos portugueses, ao povo português, uma medalha dada pelo povo guineense, numa amizade antiga forte, sincera, apaixonada”.

Depois de uma receção em que percorreu oito quilómetros em duas horas devido à multidão efusiva que se juntou no caminho entre o aeroporto e o centro da cidade para ver o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa diz que já tinha sentido, “no íntimo”, que estava a receber a medalha Amílcar Cabral do povo guineense. No final do encontro com o o homólogo guineense, Umaro Sissoco Embaló, Marcelo agradeceu ao povo da Guiné-Bissau a “lealdade e fraternidade que é correspondida por Portugal e que perdura”

Durante a cerimónia houve ainda tempo para Marcelo fazer algo que não sabe “se fica bem a quem recebe uma condecoração”. “Eu senti que era uma ocasião para recordar o amor que dei à Guiné Bissau muito antes de ser Presidente da República, não começou em 2016, começou umas décadas antes, com outra Constituição, com outro regime político, com outro PR. Foi aí que, chefiando uma delegação da Faculdade de Direito de Lisboa e da Faculdade de Direito de Coimbra abri caminho à escola de direito da Guiné-Bissau e voltei [ao país] líder da oposição”, recordou.

É difícil não amar a Guiné Bissau e foi difícil não deixar aqui alguns amigos”, afirmou, ao acrescentar que é preciso “estar à altura da história, feita cada vez mais de futuro”, porque “nós passamos, os povos ficam e o que existe entre eles fica”.

Marcelo Rebelo de Sousa prometeu “trabalhar ainda mais unidos, na saúde, na educação, com a criação de uma escola portuguesa em Bissau, ainda mais na formação, na reforma administrativa, no aperfeiçoamento do estado de direto democrático, nas infraestruturas, nas águas ou nas energias renováveis, no turismo, no mar, nas pescas”. Portugal estará lá e o Presidente da República garantiu-o, dizendo que há outros que “podem outros ter mais dinheiro, até mais ideias, mais peso geopolítico mas os guineenses sabem aquilo com que contam relativamente aos portugueses no que é bom e mau”. Portugal é capaz de “fazer plataformas entre culturas, civilizações, oceano,s continentes”

Marcelo não fugiu ao tema do passado colonial e deixou claro que Portugal assume esse legado “em plenitude também naquilo que nele não foi positivo”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR