O calendário do último dia da Primeira Liga foi montado de forma simples: o FC Porto e o Belenenses SAD, que já não disputavam nada, jogaram às 18h; o Sporting e o Marítimo, que também já não disputavam nada, jogaram às 21h45; e todos os outros, que ainda disputavam a última vaga europeia e a manutenção, jogaram às 18h. No entender de Jorge Jesus, porém, existiu uma “falta de sensibilidade”: porque Seferovic e Pedro Gonçalves, de Benfica e Sporting, ainda disputavam o troféu de melhor marcador do Campeonato.

A humildade de Seferovic é o golo. E Seferovic foi humilde 22 vezes (a crónica do V. Guimarães-Benfica)

“Tínhamos dois objetivos. Era ganhar e tentar ajudar o Seferovic. Houve alguma falta de sensibilidade na marcação do jogo do Sporting e do Benfica. Não há disputa de pontos mas há um troféu individual que é importante. As equipas deviam jogar à mesma hora. Desportivamente, não é correto. É um pormenor, uma nota que fica em cima da mesa para não cometerem o mesmo erro da próxima vez”, disse o treinador encarnado, que na conferência de imprensa ficou surpreendido com a notícia de que Pedro Gonçalves, em Alvalade, já tinha marcado duas vezes.

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Depois da vitória contra o V. Guimarães, Jesus fez um resumo da partida. “Nós tínhamos como estratégia para este jogo segurar alguns jogadores do ponto de vista físico. Tirámos cinco ou seis jogadores. Não queríamos que entrassem 11 e saíssem 11. Não é essa a minha forma de olhar para os jogos. É verdade que optei por deixar Vertonghen a descansar, tinha mais jogos de seleção, tinha mais competição. Não surtiu efeito porque o Lucas [Veríssimo] lesionou-se. Tem uma grande influência na nossa forma de jogar”, explicou o treinador, que elogiou ainda o “grande jogo de Morato”, o jovem central que foi titular pela primeira vez. “Fez um jogo seguro, com uma grande confiança, nem eu estava à espera de tanto. Nunca se intimidou contra o V. Guimarães, que precisava desde jogo para entrar na Europa”, atirou, ressalvando que a boa exibição de Morato não significa que será titular na final da Taça de Portugal, face a uma eventual ausência de Lucas Veríssimo.

Jorge Jesus comentou ainda a segunda volta do Benfica, que a equipa terminou “muito forte”. “Só perdemos com o Gil Vicente. Fomos a equipa que mais pontos fez. Ainda havia muito para melhorar. As nossas baterias estão apontadas para o jogo da Taça de Portugal. Já estavam apontadas com algum calculismo (…) O mês de janeiro foi uma experiência muito negativa, nunca passei por ela, nunca esteve dependente de mim. Tivemos um mês que nunca mais vou esquecer. Não havia equipa técnica para treinar. Foi um período que nunca mais me vou esquecer e espero que não mais me aconteça”, terminou o técnico, referindo-se novamente ao alargado surto de Covid-19 que afetou a equipa no início do ano.