O estado de saúde do opositor russo Alexei Navalny está “mais ou menos” normalizado, após quase um mês do fim da sua greve de fome, declarou esta quinta-feira um membro do seu grupo.

Esta é a primeira notícia de Navalny em quase três semanas.

“A sua condição está mais ou menos normal. O processo de recuperação está realmente em andamento”, confirmou Ivan Zhdanov, diretor da organização de Navalny, o Fundo de Luta Contra a Corrupção, à rádio Echo de Moscovo.

Zhdanov reagiu depois de as autoridades prisionais russas indicarem que as condições do opositor russo são satisfatórias.

“A saúde dele está mais ou menos restabelecida dentro do normal (…). O seu peso já é de 82 quilos”, declarou o diretor dos serviços prisionais russos (FSIN) Alexander Kalashnikov à agência de notícias TASS.

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“Ele alimenta-se normalmente, consegue comunicar-se com a família”, acrescentou.

Segundo Zhdanov, os advogados visitam Navalny “quase todos os dias”.

O opositor russo foi visto pela última vez no final de abril, quando apareceu numa videoconferência no tribunal.

Habitual nas redes sociais, Navalny esteve presente neste meio de comunicação pela última vez em 2 de maio, afirmando estar “na primeira metade” do fim da greve de fome, pelo que podia comer “algumas colheradas de aveia”.

Alexei Navalny, o principal opositor do Kremlin, cumpre atualmente uma pena de dois anos e meio numa prisão a cerca de 100 quilómetros a leste de Moscovo.

O russo — de 44 anos e que pesava 93 quilos quando chegou à prisão em março — decidiu fazer uma greve de fome em protesto contra os maus-tratos de que se considerava vítima e por não ser examinado por médicos independentes apesar de sofrer de problemas de saúde.

O seu estado era considerado preocupante porque sobreviveu a um grave envenenamento em agosto de 2020, do qual acusa o Kremlin.

Em meados de abril, a sua mulher, Yulia Navalnaya, havia indicado que o opositor estava a pesar 76 quilos. O opositor encerrou a sua greve em 23 de abril, depois de consultar médicos num hospital civil.

As autoridades deram os primeiros passos esta semana para excluir os apoiantes de Navalny das próximas eleições legislativas e qualificar as suas organizações como “extremistas”, o que resultaria em pesadas penas de prisão para os seus colaboradores.

Como resultado do envenenamento e prisão de Navalny, os governos europeu e norte-americano adotaram sanções contra a Rússia. Entre as autoridades russas visadas está o diretor dos serviços prisionais Alexandre Kalashnikov.