A interpelação ao Governo sobre direitos laborais terminou esta terça-feira com a promessa de que “a luta do PCP vai continuar” e com a ministra do Trabalho a citar o papa para dizer que “a precariedade mata a dignidade“.

No final de um debate que se prolongou, no parlamento, por mais de duas horas e meia, coube ao deputado comunista António Filipe encerrar a discussão pelo PCP, insistindo num aumento geral dos salários, a redução do horário semana para as 35 horas e “mais justiça laboral“.

“O que se exige é uma resposta concreta do Governo e do PS quanto a estas questões”, disse António Filipe, tal como já fizera o líder comunista, Jerónimo de Sousa, na abertura do debate.

Contrapondo uma frase do ex-deputado Luís Montenegro, do PSD, durante os anos da tróica, de que “os portugueses estavam pior, mas o país estava melhor“, Filipe adaptou a frase.

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“Em 2021, perante uma situação de crise que é preciso superar, o país só estará melhor se os trabalhadores não estiverem pior. Não haverá saída da crise se ela não se traduzir na melhoria das condições de vida de quem, com a sua força de trabalho, cria a riqueza de que outros beneficiam”, disse, prometendo “a luta do PCP pela valorização do trabalho e dos trabalhadores“, que é “uma luta de sempre e vai continuar”.

Logo depois, subiu à tribuna a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, reafirmou que “os direitos dos trabalhadores são da maior relevância e tem que estar no centro do debate” e insistiu na ideia de que, ao contrário da anterior crise, o Governo tudo fez para “preservar rendimentos e proteger salários”.

E prometeu “a promoção de uma agenda de trabalho digno”, para “reforçar o combate à precariedade“, citando depois a frase do papa Francisco, de 2017: “[A precariedade] mata: mata a dignidade, mata a saúde, mata a família, mata a sociedade.”