A Câmara Municipal de Lisboa (CML) distribuiu em 2020 quase 50 milhões de euros (ME) em apoios no âmbito da pandemia, dos quais a maior fatia, de 18 milhões de euros, foi destinada a famílias, anunciou esta sexta-feira o vereador das Finanças.

Durante a apresentação do Relatório e Contas de 2020 da autarquia, que decorreu nos Paços do Concelho, João Paulo Saraiva salientou que famílias e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) receberam 18 ME, num “ano particular” com “impactos enormes no desemprego“, uma situação que “continua a preocupar”, apesar de ter melhorado nos últimos meses.

No âmbito dos apoios Covid-19, a autarquia liderada pelo socialista Fernando Medina distribuiu ainda 16,6 ME para empresas municipais (nomeadamente a Carris e a EMEL — Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa), 8,9 milhões de euros no âmbito do apoio à saúde, 3,4 milhões de euros para o setor da cultura, 1,5 milhões de euros para as escolas e 1,4 milhões de euros para ajuda à economia em geral.

Para este ano de 2021, segundo o vereador, estão já comprometidos 108,4 milhões de euros para a ajuda destes mesmos setores, no âmbito da Covid-19. A maior fatia é este ano para a economia, de 34,4 milhões de euros, seguindo-se o apoio às empresas municipais, de 32,8 milhões de euros, e o apoio à área da Saúde, de 20,7 milhões de euros. As famílias e IPSS podem contar em 2021 com 10,7 milhões de euros, a Cultura com 7,8 milhões de euros e o apoio às escolas com dois milhões de euros.

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Segundo a autarquia, nos apoios sociais às famílias, destacaram-se o apoio alimentar, a suspensão do pagamento de rendas municipais (a 24 mil famílias), 220 novas camas para pessoas em situação de sem-abrigo e a realização de uma média diária de 3.900 chamadas para idosos, no âmbito do projeto Radar.

Nos apoios à Saúde, destacaram-se gastos em equipamentos de proteção individual para lares, juntas de freguesia, IPSS e trabalhadores e a constituição e manutenção do hospital de campanha. Já este ano, a CML destaca o apoio à vacinação e mais recentemente o projeto de testagem gratuita de munícipes, em conjunto com a Associação Nacional de Farmácias.

Para a economia, a CML destacou apoios financeiros a mais de 3.900 empresas e apoios a 1.578 táxis, além das isenções de taxas de ocupação do espaço público e do pagamento de rendas dos espaços comerciais municipais, o apoio financeiro para novas esplanadas e a aquisição de produtos de feiras e de mercados. Quanto às escolas, foram atribuídos 3.320 computadores portáteis e 3.320 routers 4G, acrescentou.

No âmbito da Cultura, foram apoiados 1.400 profissioanis do setor e 300 empresas e empresários em nome individual, além de apoios a clubes e associações de Lisboa e a casas de fado, e o reforço do fundo de aquisições de artes plásticas e de livros.

Nas empresas municipais, os apoios foram concedidos à Carris para manutenção e reforço do serviço, apesar da queda do número de passageiros, à EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural para o incentivo à produção cultural, e à EMEL, devido à suspensão do estacionamento pago na cidade e a utilização gratuita de bicicletas partilhadas.