A eleição de um representante dos trabalhadores para o Conselho de Administração da TAP é a melhor forma de estes acompanharem “os sucessos e dificuldades” da companhia aérea, disse esta sexta-feira o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.

O governante, que esteve na cerimónia de homologação de um acordo em matéria de habitação, em Vila Nova de Gaia, referiu que “os trabalhadores devem estar representados” na administração visto que “são uma parte determinante do sucesso de uma empresa”.

“E a melhor forma de acompanharem os sucessos e as dificuldades dessa empresa é poderem estar representados no Conselho de Administração e serem parte das dificuldades e das boas notícias da própria empresa”, disse Pedro Nuno Santos, garantindo que “envolver os trabalhadores na administração não é um problema” e sim “uma mais-valia”.

“Se olharmos para o resto da Europa para países que normalmente gostamos de usar como exemplo, vamos ver uma maior representação dos trabalhadores” em empresas, sendo que o Governo pretende implementar esta iniciativa na TAP, referiu.

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O Governo propôs aos sindicatos da TAP e eleição de um representante dos trabalhadores para o Conselho de Administração da transportadora, adiantou à Lusa na quinta-feira Paulo Duarte, da direção do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava).

De acordo com o dirigente sindical, “houve uma reunião hoje (quinta-feira) entre o secretário de Estado (Adjunto e das Comunicações, Hugo Mendes) e todos os sindicatos da TAP, incluindo a Comissão de Trabalhadores. E foi anunciado que tinha havido uma decisão do Governo para que um representante dos trabalhadores fizesse parte do Conselho de Administração da TAP”, referiu.

“As pessoas foram todas apanhadas de surpresa”, disse, questionando o tempo limitado para a escolha de um representante, “até à próxima quinta-feira”, estando depois prevista uma votação no dia 3 de junho, referiu.

Quanto ao processo de escolha, Paulo Duarte referiu que os sindicatos que tenham “mais de 2% de associados que trabalhem na TAP, ou seja 165 pessoas, podem indicar um candidato para ser eleito pelos trabalhadores”.

De acordo com o dirigente do Sitava, em causa estará um universo de perto de oito mil trabalhadores, excluindo a Manutenção e Engenharia Brasil e a SPDH (Groundforce).

Além disso, há muitos sindicatos, alguns de classe, só com pilotos, tripulantes, mecânicos, entre outros, sendo que, para Paulo Duarte, pode ser difícil encontrar um candidato “que represente todas as tendências”.

A votação deverá decorrer no portal interno dos trabalhadores.