O candidato da Iniciativa Liberal (IL) à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, Bruno Horta Soares, disse este domingo ambicionar uma cidade mais inteligente e querer aproveitar o potencial de uma agenda liberal a nível local. Já João Cotrim de Figueiredo acredita que o partido vai eleger membros para o executivo municipal de Lisboa, que sairá das autárquicas deste ano, apesar da “eleição particularmente difícil”.

“A minha visão para a cidade é uma cidade mais inteligente, o que está sobretudo relacionado não com os resultados, mas com criar uma máquina que verdadeiramente consiga trazer uma agenda liberal, para tirar todo o potencial a partir daí”, disse aos jornalistas, no final da apresentação oficial da candidatura às eleições autárquicas deste ano, que decorreu no Jardim do Campo Grande, sob o mote “Está na hora de libertar Lisboa”.

O candidato esclareceu que o programa eleitoral está a ser elaborado há cerca de três meses, com projetos e ideias para a cidade que vão desde a habitação aos transportes, mas será aberto, em junho, à participação dos interessados que queiram contribuir com comentários.

Quanto a uma coligação com a candidatura de Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Bruno Horta Soares disse que o objetivo da IL é fazer parte do executivo municipal.

“Não existe maioria numa eleição autárquica. Existem votos e cada um é útil para eleger os membros do executivo e nós acreditamos que vamos eleger, provavelmente, até mais do que um [vereador]”, referiu o candidato.

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Para a corrida à presidência da autarquia lisboeta, atualmente presidida por Fernando Medina (PS), foram até agora anunciadas as candidaturas de Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), João Ferreira (CDU), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), Nuno Graciano (Chega) e Tiago Matos Gomes (Volt Portugal).

A IL apresenta este ano pela primeira vez uma candidatura à Câmara de Lisboa, acreditando que irá alcançar resultados que darão “muita esperança a uma agenda liberal na cidade”.

A sessão de apresentação contou com a presença do presidente e deputado único do partido, João Cotrim de Figueiredo, e dos restantes candidatos à autarquia: Ana Pedrosa-Augusto, Miguel Ferreira da Silva, Rodrigo de Mello Gonçalves e Angélique da Teresa.

Bruno Horta Soares apontou várias críticas ao atual presidente, Fernando Medina.

“Em 10 anos, Lisboa perdeu quase 10% da população residente. Continua uma cidade envelhecida e os jovens qualificados continuam a emigrar para Madrid, Dublin, Londres ou Amesterdão, onde as oportunidades profissionais permitem verdadeiramente mudar de vida”, apontou.

Assim, algumas das propostas do candidato liberal passam por “reduzir todos os impostos, taxas e taxinhas” e aumentar a devolução do IRS aos munícipes para 5%.

De acordo com a biografia disponibilizada aos jornalistas, Bruno Horta Soares, com 41 anos, membro do Conselho Nacional da Iniciativa Liberal, é consultor e professor universitário nas áreas de Transformação Digital, Governança, Gestão, Risco e Cibersegurança, tendo iniciado a sua carreira na Deloitte Consulting e passado pela KPMG.

As eleições autárquicas deste ano não têm ainda data marcada, mas, de acordo com a lei, terão de decorrer entre setembro e outubro.

Cotrim de Figueiredo: “É uma eleição particularmente difícil, dada a polarização que se vai verificar em Lisboa”

O líder da Iniciativa Liberal frisa a “participação eleitoral em Lisboa”, que tem “sido crescente” e, portanto, antevê “ótimas hipóteses de eleger em Lisboa e é importante para percebermos que aquilo que defendemos para o liberalismo nacionalmente tem aplicação local, disse aos jornalistas o presidente e deputado único da IL, no final da apresentação oficial do candidato à Câmara Municipal de Lisboa, Bruno Horta Soares.

“É uma eleição particularmente difícil, como sabemos, dada a polarização que se vai verificar em Lisboa”, acrescentou Cotrim de Figueiredo.

O presidente da IL disse que o partido mantém os motivos que o levaram a não integrar a candidatura eleitoral encabeçada por Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), porque acreditam ser “capazes de retirar mais votos à esquerda, ao Partido Socialista e a Fernando Medina [atual presidente da câmara, do PS] indo sozinhos, do que integrados numa frente eleitoral que acabará dominada pelos partidos que a compõem”.

Questionado sobre o que consideraria uma derrota da IL nas eleições autárquicas, Cotrim de Figueiredo respondeu: “Ter menos votos do que tivemos na eleição de Tiago Mayan [candidato nas últimas eleições presidenciais]”.