Longe vai o tempo em que Boris Johnson defendia o então conselheiro Dominic Cummings. Segundo o Sunday Times, assessores do primeiro-ministro britânico temem que Dominic Cummings alegue que o ex-patrão faltou a reuniões cruciais de combate à pandemia para escrever um livro sobre Shakespeare, de maneira a financiar o divórcio da sua segunda mulher, Maria Wheeler.

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O jornal já citado escreve que funcionários do Gabinete do Governo temem que Cummings faça uso da sua presença, na próxima quarta-feira, perante um comité de membros do parlamento — cujo objetivo é investigar a resposta inicial do governo britânico à pandemia — para fazer revelações prejudiciais. O primeiro-ministro britânico faltou a cinco reuniões da Comissão para as Contingências Civis, conhecidas por COBRA, nas primeiras semanas da pandemia, no final de janeiro e no início de fevereiro de 2020, numa altura em que o vírus começou a espalhar-se no Reino Unido.

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Curiosamente, em julho de 2019, num evento de campanha, Boris Johnson expressou pesar por não ter tempo, enquanto político, para terminar um livro sobre Shakespeare que planeava escrever. “Ser um político a tempo inteiro significa que não serei capaz de terminar rapidamente um livro sobre Shakespeare que tenho em preparação. Sinceramente, digo que isso vai deixar-me triste.”

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O antigo conselheiro do primeiro-ministro era o braço direito de Boris Johnson e um dos mentores para o Brexit, mas foi afastado em novembro de 2020. Numa série de tweets publicado este sábado, Cummings afirmou que o governo britânico estava a seguir uma estratégia de “imunidade coletiva” até cerca de uma semana antes do primeiro confinamento nacional no Reino Unido.