Houve um antes e um depois de Nadia Comaneci, há um antes e um depois de Simone Biles. No entanto, e entre os dois marcos na ginástica mundial separados por 45 anos, a norte-americana continua a conseguir desafiar os limites. Os limites da modalidade, os limites das mulheres, os seus próprios limites. E nem mesmo uma paragem muito longa de 19 meses por causa da pandemia afetou aquela que é a maior atleta de sempre.

Simone Biles, uma sustentável leveza do ser que é a melhor de sempre a manter o equilíbrio e a aterrar de pé

No US Classics, em Indianapolis, a ginasta de 24 anos conseguiu fazer o Yurchenko Double Pike, movimento na prova de cavalo que apenas atletas masculinos tinham feito antes. A pontuação de 16.100 foi superior à que valeu a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e teve ainda uma pequena penalização por dois passos extra que deu no momento da chegada ao solo (e com uma curiosidade: nos treinos chegou a fazer saltos, ou pelo menos um salto, melhor do que o que fez na prova). Claro está, Simone Biles ganhou a medalha de ouro.

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O resultado surge numa altura em que várias publicações norte-americanas falavam dos movimentos que estavam a ser trabalhados por Simone Biles para os Jogos de Tóquio, sendo certo que, apesar do feito agora conseguido no US Classics, a atleta estará a preparar outras sequências para prolongar o seu reinado no topo.

De recordar que Simone Biles é a atleta com mais medalhas conquistadas em Campeonatos do Mundo (25, sendo 19 de ouro, três de prata e três de bronze) e já ganhou cinco medalhas nos Jogos Olímpicos, neste caso nos únicos em que competiu no Rio de Janeiro (quatro ouros e um bronze). Antes da pandemia, a atleta admitiu que os Jogos de Tóquio poderiam ser os últimos da carreira mas, mais recentemente, deixou a porta aberta para a possibilidade de prolongar um pouco mais o tempo no ativo para chegar aos Jogos de Paris, em 2024.