O PCP respondeu esta segunda-feira com ceticismo e uma frase de 148 carateres aos apelos saídos do congresso do BE de um melhor entendimento à esquerda porque “muitas outras” ditas por dirigentes bloquistas “desmentem essa intenção”.

Um dia depois do congresso do BE, a Lusa pediu um comentário do PCP aos apelos dos bloquistas, por exemplo, da coordenadora, Catarina Martins, que defendeu que a esquerda deve lutar pela maioria para continuar a vencer a “direita tingida de extrema-direita”.

Também no domingo, o eurodeputado bloquista José Gusmão foi mais longe e disse que PCP e BE devem “falar melhor entre si para falarem mais alto com o Governo” e imporem “com a força que têm” uma “política justa” no debate orçamental.

“Não é uma ou outra afirmação como a que refere que ilude as muitas outras que transversalmente percorreram a convenção e que desmentem essa intenção”, respondeu o PCP através do gabinete de imprensa, numa frase com 148 carateres, a questões colocadas pela agência Lusa.

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Não são dados exemplos dessas afirmações que contradizem os apelos ao diálogo.

Depois da “geringonça”, entendimento à esquerda, com acordos separados, entre 2015 e 2019, entre BE, PCP e PEV, que ajudou a viabilizar os Orçamentos do Estado do Governo minoritário do PS e António Guterres, esse acordo não foi repetido e comunistas e bloquistas tomaram opções diferentes no último ano.

O PCP, por exemplo, votou contra o Orçamento Suplementar, em 2020, e o Bloco de Esquerda optou pelo “não” ao Orçamento de 2021, que foi viabilizado com a abstenção do PCP, PEV e PAN, que negociaram medidas com o executivo.