O ministro da Saúde da República Checa, Petr Arenberger, apresentou a sua demissão esta terça-feira. O quarto responsável pela pasta da Saúde desde o início da pandemia vai ser substituído pelo antigo ministro Adam Vojtech.

Petr Arenberger tomou posse como ministro no passado dia 7 de abril, e nas últimas semanas tem estado sob forte escrutínio da comunicação social checa, devido a acusações de irregularidades na sua declaração de rendimentos.

De acordo com a AP, que cita os media locais, depois de entrar para o governo, Arenberger declarou bens e rendimentos substancialmente superiores aos que havia declarado em anos anteriores, o que fez levantar as suspeitas.

Antes de chegar ao executivo, Petr Arenberger foi diretor do Hospital Universitário de Vinohrady, em Praga, tendo sido revelado que desde 2013 arrendava ao hospital uma propriedade não declarada.

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Além disso, o ministro demissionário também terá gerido uma clínica para ensaios farmacêuticos, não tendo declarado os rendimentos que auferiu com essa atitvidade.Com a pressão a aumentar, Arenberger acabou por apresentar a demissão.

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Desde o início da pandemia de Covid-19, a República Checa já teve quatro ministros da Saúde. Adam Vojtech, que irá agora assumir novamente a pasta, foi ministro até setembro do ano passado, tendo saído do governo numa altura em que o número de infeções do país disparava, com Vojtech a defender uma “quarentena inteligente” e não medidas duras para travar as infeções.

Adam Vojtech seria substituído pela epidemiologista Roman Prymula, que não ficaria mais de um mês no cargo, acabando por se admitir após ser apanhado a violar as medidas de confinamento: foi fotografado num restaurante em Praga, que deveria estar encerrado à luz das medidas de confinamento aprovadas.

Covid-19. Presidente checo defende uso de vacina russa perante atraso das ocidentais

Jan Blatný tomou posse no final de outubro e manteve-se seis meses na chefia do Ministério da Saúde checo, acabando por sair em discordância com outras autoridades políticas, entre elas o Presidente checo, Milos Zeman, por se recusar a aceitar o uso da vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V. A vacina russa, que ainda está a ser analisada pelo regulador europeu, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), acabaria por não ser usada na República Checa, devido a problemas diplomáticos entre Praga e Moscovo.

Com a saída de Blatný, Petr Arenberger tornou-se, em abril, no quarto ministro da Saúde em pouco mais de um ano. Aguentou-se quase dois meses no cargo, sendo agora substituído pelo ministro que lidou com os primeiros meses de combate à pandemia de Covid-19.