Quase metade dos adultos da União Europeia (UE) já recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19, num total de 300 milhões de doses entregues aos Estados-membros, anunciou esta terça-feira a Comissão Europeia, falando em “progressos constantes”.

“Fizemos progressos constantes em matéria de vacinação na UE”, divulgou esta terça-feira a líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social Twitter.

Em concreto, foram já entregues cerca de 300 milhões de doses de vacinas anticovid-19 aos Estados-membros, dados aplicáveis até 30 de maio. Isto equivale a 245 milhões de doses já administradas na UE e a 46% da população adulta da UE (170 milhões de pessoas) que já recebeu pelo menos uma dose do fármaco.

“Esta semana vamos atingir um novo marco: metade dos adultos da UE terão recebido a sua primeira dose”, afirma ainda Ursula von der Leyen.”

UE espera receber mil milhões de doses até final de setembro

Ursula von der Leyen dá ainda conta de que no primeiro trimestre do ano chegaram à UE 106 milhões de doses de vacinas, número de vacinas que deverá subir para 413 milhões no segundo trimestre e para 529 milhões no terceiro.

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De acordo com um documento da Comissão Europeia transmitido esta terça-feira aos líderes europeus, a que Reuters teve acesso, Bruxelas espera receber, até final de setembro, mais de mil milhões de doses da vacina.

Caso se confirme a chegada destas doses, a União Europeia terá vacinas suficientes para vacinar toda a população dos 27 Estados-membros — estimada em 450 milhões de pessoas — até final de setembro, uma meta mais ambiciosa do que vacinar 70% da população adulta até final do verão.

De acordo com a Reuters, as vacinas em causa dizem respeito a apenas quatro farmacêuticas: Pfizer-BionTech, Johnson & Johnson, AstraZeneca e Moderna. Ou seja, caso sejam aprovadas outras vacinas entretanto — como a CureVac ou da Sanofi —, o número de doses a chegar aos Estados-membros ainda poderá ser maior. Segundo o documento da Comissão Europeia, a Pfizer-BionTech será responsável por mais de metade das vacinas que vão chegar no segundo trismestre e por 40% das que vão chegar no terceiro.

A União Europeia está também num braço de ferro com a AstraZeneca devido ao atraso na entrega das doses acordadas.  A AstraZeneca, invocando atrasos no processo de produção e exportação, diz que apenas consegue entregar 100 milhões de doses até final de junho, mas Bruxelas exige a entrega de 300 milhões de doses.

No quarto trimestre do ano as entregas deverão abrandar, à medida que a inoculação também estabiliza após a vacinação de milhões de cidadãos europeus, prevendo-se a chegada à UE de 452 milhões de doses de vacinas.

A ferramenta ‘online’ do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para rastrear a vacinação da UE e que tem por base as notificações dos Estados-membros, revela que até ao momento uma média de 17,3% da população da UE está totalmente inoculada (com as duas doses da vacina contra a Covid-19), enquanto cerca de 40,7% recebeu a primeira dose.

Em termos absolutos, isto equivale a 210 milhões de doses de vacinas administradas de 243 milhões de doses recebidas, sendo que os dados do ECDC dependem sempre das comunicações dos países.

Além dos constantes atrasos na entrega das vacinas e em doses aquém das contratualizadas por parte da farmacêutica AstraZeneca, a campanha de vacinação da UE tem sido marcada por casos raros de efeitos secundários como coágulos sanguíneos após toma deste fármaco, relação confirmada pelo regulador europeu, como aliás aconteceu com a vacina da Johnson & Johnson.

A vacina da Pfizer/BioNTech tem sido a mais procurada pela Comissão Europeia para superar estes problemas e manter o ritmo de vacinação na UE.

Assente na tecnologia do ARN mensageiro, a vacina Comirnaty (nome comercial da vacina Pfizer/BioNTech) é uma das quatro aprovadas na UE, às quais se juntam os fármacos da Moderna, Vaxzevria (novo nome do fármaco da AstraZeneca) e Janssen (grupo Johnson & Johnson).