Os artistas portugueses Mariana Caló e Francisco Queimadela estão entre os 91 artistas convidados a participar na Bienal de São Paulo, para a exposição coletiva “Faz escuro, mas eu canto”, a decorrer entre 04 de setembro e 05 de dezembro.

De acordo com a lista divulgada esta quinta-feira pela organização da 34.ª Bienal de São Paulo, os dois artistas juntam-se à portuguesa Luisa Cunha, cujo nome tinha sido anunciado em novembro do ano passado.

A grande exposição coletiva de arte contemporânea que leva o nome de um verso de Thiago de Mello, datado de 1965, tem a curadoria geral de Jacopo Crivelli Visconti, e estava inicialmente agendada para setembro de 2020.

No entanto, a mostra tem vindo a sofrer ajustes e mudanças que se multiplicaram devido à pandemia da covid-19, estando agora prevista para o período de 04 de setembro a 05 de dezembro deste ano.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No ano passado, Luisa Cunha marcou o regresso da presença portuguesa à mostra brasileira, com um trabalho inserido num coletivo de artistas que apresentou obras no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no âmbito da mostra “Vento”, que já fez parte da programação da 34.ª Bienal de São Paulo. O anúncio foi feito na altura pela Direção-Geral das Artes (DGArtes), que apoia a participação portuguesa, mediante um acordo de cooperação internacional.

Os 21 artistas apresentaram obras desmaterializadas, em trabalhos de vídeo e som, no edifício do Parque Ibirapuera.

A artista portuguesa Luísa Cunha foi, entretanto, distinguida, em abril deste ano, com o Grande Prémio Fundação EDP Arte 2021, no valor 50 mil euros, criado para consagrar artistas plásticos com carreira consolidada e historicamente relevante, cujo trabalho contribua para afirmar e fundamentar as tendências estéticas contemporâneas portuguesas.

O júri deliberou por unanimidade atribuir este prémio à artista, nascida em Lisboa, em 1949, “salientando a originalidade, ousadia experimental, multidisciplinaridade e pioneirismo no uso de novas linguagens, e destacando a sua influência nas gerações mais jovens”, como indicou a Fundação EDP.

Segundo Jacopo Crivelli Visconti, curador geral da 34.ª Bienal de São Paulo, “‘Vento’ foi criada para funcionar como o índice desta edição da Bienal, no sentido em que aponta alguns dos temas que voltarão expandidos na exposição deste ano”.

“A exposição inaugura a dinâmica de organização das obras ao redor de enunciados, objetos com histórias complexas que sugerem leituras multifacetadas, a qual será expandida na mostra coletiva de 2021. Em ‘Vento’, a curadoria recorre a dois desses enunciados para criar ressonâncias e ecos: o Sino de Ouro Preto e os cantos ‘tikmu’un'”, explicitou.

A equipa curatorial desta edição da bienal é ainda composta por Paulo Miyada (curador adjunto) e Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez (curadores convidados).

A 34.ª edição da Bienal de São Paulo intitula-se “Faz escuro, mas eu canto”, verso do poeta amazonense Thiago de Mello, através do qual a mostra reconhece “a urgência dos problemas que desafiam a vida no mundo atual” e reivindica “a necessidade da arte como um campo de encontro, resistência, rutura e transformação”.

Aquele que é considerado o maior evento de arte contemporânea da América Latina, e uma das principais mostras do circuito artístico internacional, já reuniu, desde 1951, mais de 16 mil artistas e 17 milhões de visitantes.

Além de Luísa Cunha, Mariana Caló e Francisco Queimadela, a exposição contará com obras de artistas de várias nacionalidades, dos cinco continentes, como Abel Rodríguez, Alice Shintani, Beatriz Santiago Muñoz, Belkis Ayon, Christoforos Savva, Clara Ianni, Daniel de Paula, Deana Lawson, Edurne Rubio, Eleonora Fabião, Frida Orupabo, Gala Porras-Kim, Giorgio Griffa, Guan Xiao, Hanni Kamaly, Hélio Oiticica, Jacqueline Nova, Jaider Esbell, Kelly Sinnapah Mary, Koki Tanaka, Lasar Segall e Lydia Ourahmane.

Também participam Manthia Diawara, Marinella Senatore, Nalini Malani, Naomi Rincón Gallardo, Olivia Plender, Oscar Tuazon, Paulo Kapela, Pia Arke, Regina Silveira, Roger Bernart, Sebastián Calfuqueo Aliste, Sueli Maxacali, Sung Tieu, Tamara Henderson, Trajal Harrell, Uýra Sodoma, Victor Anicet, Ximena Garrido-Lecca, Yuyachkani, Yuko Mohri e Zina Saro-Wiwa.