Responde com um “agradecimento” ao pedido de desculpas do presidente angolano pelas execuções sumárias que decorreram após o alegado golpe de Estado em 27 de maio de 1977. Edgar Valles, irmão de duas vítimas, Sita Valles e de Ademar Valles, sente-se “obrigado a reconhecer a importância histórica” do discurso de João Lourenço, que considera “corajoso”.
Em declarações ao Observador, o advogado considera que, ao quebrar o silêncio de mais de quatro décadas, João Lourenço “inverteu” a política dos seus antecessores apesar dos apelos feitos ao longo dos anos pelos familiares das vítimas: “Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos e o próprio João Lourenço assobiavam para o lado” e nem sequer “se dignavam a responder” às cartas enviadas por si e por outros familiares. Agora, diz-se “surpreendido”: “Nunca pensei que, no meu tempo de vida, tal fosse possível”.
Edgar Valles reconhece que o discurso de João Lourenço teve um “enorme significado” e pareceu-lhe “genuíno, sincero, de grande humildade”. Ainda assim, defende que agora é preciso “investigar o que verdadeiramente se passou”, abrindo os “arquivos do Estado”.
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