Garimpeiros armados atacaram na quarta-feira uma aldeia indígena no estado brasileiro do Pará, incendiando várias casas, em protesto contra uma operação policial para combater a extração ilegal de metais preciosos na região, informaram fontes oficiais. De acordo com o Ministério Público do Brasil, várias casas de líderes indígenas Munduruku foram totalmente destruídas pelas chamas.

Horas antes de o fogo ter sido ateado, os garimpeiros ilegais chegaram a atacar as forças federais que estavam no terreno, no município de Jacareacanga, numa operação de combate à prática clandestina de extração de minérios nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, no sudoeste do Pará.

Os garimpeiros tentaram impedir a operação, que mobilizou mais de 130 agentes federais, entre membros da Polícia e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), através do bloqueio de estradas, o que levou a confrontos nas ruas.

Segundo a Polícia Federal, os garimpeiros tentaram invadir a base montada pela corporação e incendiar carros, o que levou os agentes a responder aos ataques, numa ação que resultou em 10 feridos sem gravidade.

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De acordo com a imprensa local, a manifestação a favor da extração de minérios em terras indígenas contou com o apoio do vice-prefeito de Jacareacanga, Valmar Kaba Munduruku. Os garimpeiros são investigados por associação criminosa, exploração ilegal de matéria-prima pertencente à União e delito contra o meio ambiente.

Os ataques dos extratores ilegais têm-se agravado desde o início do ano e levaram o juiz Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, a decretar a adoção de medidas contra o avanço dos suspeitos nos territórios Munduruku.

O garimpo ilegal, “além de provocar graves danos ao meio ambiente devido ao uso de produtos químicos altamente nocivos, causando a poluição de rios e lençóis freáticos, também gera uma série de outros problemas sociais na região, como conflitos entre garimpeiros e indígenas”, explicou a Polícia Federal em comunicado.