O Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) promoveu esta quinta-feira um protesto em formato de desfile automóvel em Lisboa, para exigir pré-aposentação conforme a lei, suplemento de risco e atualização das tabelas salariais.

O presidente do SPP, Mário Andrade, considerou “uma injustiça clara” que os polícias com 55 ou mais anos de idade, após terminarem o tempo de serviço estabelecido na lei — 36 anos —, não tenham permissão para se aposentar.  De acordo com o dirigente sindical, já são mais de 2400 elementos da polícia que reúnem as condições para se aposentarem, no entanto, não conseguem sair da profissão.

Temos mais de 150 elementos que já ultrapassam o limite de idade e não está a ser permitida (a aposentação). Em 2021 nem sequer por limite de idade se está a deixar sair os elementos”, sublinhou.

Nelson Silva, 60 anos, proveniente de Guimarães para o protesto e é membro do SPP; estava de férias e preparava-se para a pré-aposentação, mas foi chamado de novo ao serviço. “Fiz 60 anos em fevereiro e ainda cá estou. Acho injusto, porque não se cumpre os estatutos, a lei portuguesa e andamos aqui ao deus-dará”, afirmou o agente no protesto, acrescentando que a profissão não tem incentivos, logo também não é atrativa para os jovens.

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Relativamente às agressões contra polícias, o SPP defende o fim do sentimento de impunidade dos agressores para que não se potencie novas situações.

Temos assistido a um aumento significado das agressões contra polícias da PSP. Queremos que seja feita uma alteração legislativa de forma que os agressores sejam punidos. Defendemos que o agressor, tal como na violência doméstica, fique retido até ser presente ao juiz”, afirmou o presidente do SPP

Além de alertar para os problemas na polícia, o protesto serviu para “pressionar o Governo a apresentar valores para o suplemento de risco” e a rever as tabelas salariais, esclareceu o sindicalista.

O protesto organizado pelo SPP juntou cerca de 50 veículos e começou na sede do sindicato, na avenida de Ceuta, e deslocou-se até à Assembleia da República, à Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública e ao Ministério da Administração Interna (MAI), onde foi entregue um memorando com os diversos problemas que afetam os polícias.

O protesto contou com a participação de outros sindicatos da Polícia de Segurança Pública, nomeadamente do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) e da Associação Sindical Autónoma de Polícia (ASAPOL).