O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, lançou este sábado as obras de reconstrução da linha férrea que liga a província de Tete ao vizinho Maláui, interrompida há décadas devido à guerra civil.

“A nossa expectativa é que [a linha] sirva de catalisador na dinamização do comércio” , disse Filipe Nyusi, durante a cerimónia, no âmbito de uma visita de trabalho ao distrito de Mutarara, província de Tete, no Centro de Moçambique.

As obras estão avaliadas em 30 milhões de dólares (25 milhões de euros) e vão incidir numa extensão de 44,6 quilómetros, abrindo a circulação para comboios a partir do porto da Beira, na província de Sofala, também no centro do país, até ao Maláui.

Para o Presidente moçambicano, além de garantir a ligação com Maláui, o corredor vai dinamizar a economia da região centro, abrindo oportunidades em vários setores, com destaque para o comércio.

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“Esta linha não serve para embelezar o distrito de Mutarara nem a província de Tete, é sim para produzir e garantir a circulação de mercadorias”, disse às comunidades locais o chefe de Estado moçambicano.

O Maláui, um país sem acesso direto ao mar, importa anualmente mais de 48 milhões de toneladas de carga diversa através dos portos moçambicanos de Nacala (província de Nampula) e Beira (província de Sofala).

A linha foi um dos corredores interrompidos em 1986 devido à guerra civil de 16 anos, um conflito que opôs o Exército governamental e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana, tendo terminado com a assinatura do Acordo Geral de Paz, em Roma, em 1992.