Os casos de condutores a abusar do potencial do Autopilot, como sistema de ajuda à condução, passando pelas brasas enquanto estão ao volante ou, em alguns casos, deslocando-se para o banco do lado ou para o traseiro, para dormirem mais confortavelmente, confiando a condução a um sistema concebido apenas para ajudar, parecem ter os dias contados. Tudo porque a Tesla, farta de ser notícia pelos maus motivos, passou a recorrer a um sistema que mede a atenção do condutor enquanto usa o Autopilot.
O objectivo do construtor é garantir que o condutor, sempre que activa o Autopilot normal ou as versão melhoradas e com mais funções – que continuam a ser definidas como sistemas de apoio à condução –, não só não abandona o seu posto, como mantém um nível mínimo de atenção. O construtor não especifica se o novo Driver Monitoring System vai funcionar no mercado europeu da mesma forma como promete fazer no mercado norte-americano, onde a legislação é distinta e menos restritiva. Certo é que as sonecas ao volante vão deixar de ser possíveis.
Há muitos fabricantes europeus a utilizar sistemas similares nos seus modelos, que filmam a face de quem vai ao volante através de uma câmara instalada no painel de instrumentos, analisando os movimentos da cabeça e os olhos, determinando o grau de sonolência e de atenção à estrada. Os modelos da Tesla vão passar a realizar a mesma função, assim que os seus proprietários realizem a próxima actualização de software, que já está disponível.
A Tesla passou a instalar há anos uma câmara junto ao retrovisor interior, que capta todo o habitáculo. Então, a explicação avançada consistiu em que a dita câmara se destinava a filmar o que se passava a bordo para proteger o interior contra vandalismos, sempre que o veículo em causa estivesse a ser operado como robot-taxi. Se a exploração dos modelos da marca como táxis robot continua a estar vedada aos proprietários, porque não só ainda não existe sistema autónomo de condução (continua a ser desenvolvido), como ainda é ilegal, a marca da Califórnia recorreu à mesma câmara interior para definir para onde está a olhar o condutor, com ou sem óculos escuros.
Esta mesma câmara já foi utilizada antes pela Tesla, nos cerca de 2000 condutores que se voluntariaram para testar as versões beta do sistema Full Self Driving (FSD), a versão mais sofisticada das ajudas à condução que a Tesla continua a desenvolver e que, quando estiver pronta, constituirá a sua solução de condução autónoma. Porém, durante os testes realizados pelos condutores, a quem a Tesla pedia que reportassem os problemas com que se depararam, o construtor afastou alguns dos proprietários que se voluntariaram, alegadamente por não dedicarem a desejada atenção ao funcionamento do FSD.
Mas, apesar de todos os esforços por parte do fabricante, já surgiu um hacker apostado em enganar o sistema, com um artifício que poderá igualmente ludibriar soluções similares de outros fabricantes, segundo conta o site vehiclesuggest.