A atriz Sigourney Weaver, conhecida por papéis em filmes como “Alien: o Oitavo Passageiro” ou “Avatar”, considera que o movimento MeToo foi muito importante para “unir” as mulheres e um passo importante para que o assédio sexual “não volte a acontecer”. Numa entrevista ao El Mundo, a atriz recordou os seus primeiros anos no cinema e disse que desde que fez o papel de tenente Ripley (em 1979, no filme Alien), nenhum homem se “atreveu” a assediá-la.

“Depois de Alien, nenhum homem se atreveu a assediar-me. Todos pensavam que eu tinha um lança-chamas na mala”, ironizou Sigourney Weaver, considerando que o seu papel “ajudou nesse sentido”. “Os meus pais ensinaram-me a suspeitar de toda a gente. Não me orgulho disso, mas é verdade que não vivi muitas das circunstâncias que as minhas colegas sofreram”, acresentou Weaver, referindo-se aos casos de assédio sexual em Hollywood.

Nesse sentido, a atriz considera que o movimento MeToo, que expôs muitos casos de assédio sexual e veio questionar o status quo na indústria cinematográfica norte-americana, foi “muito” importante. “Deveríamos ter sido capazes de nos apoiarmos mais umas às outras. E é isso que o MeToo tem feito, unir-nos para que o assédio não volte a acontecer”, afirmou a atriz.

Na mesma entrevista ao diário espanhol, Sigourney Weaver recordou que o facto de medir 1,82m prejudicou-a durante os primeiros anos da sua carreira. “Por ser tão alta, os produtores não sabiam o que fazer comigo”, o que lhe custou quatro anos sem conseguir um agente. “Uma mulher tão alta não entrava nas contas (…) não me imaginavam numa história de amor”, lamentou.

Sigourney Weaver recordou ainda que, nos seus primeiros anos de atriz, havia poucas mulheres no cinema, uma tendência que tem vindo a mudar nos últimos anos e que a deixa feliz.

“Fico emocionada sempre que entro num set de filmagem e vejo que há cada vez mais mulheres a fazer parte das equipas. Não estou a falar apenas do número crescente de realizadoras e diretoras extraordinárias, mas também dos departamentos técnicos. Isso dá muito confiança. Lembro-me de trabalhar em filmes em que era a única mulher”, afirmou Weaver.

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