Pinto da Costa, presidente do FC Porto, costuma estar sempre presente nos encontros das modalidades sobretudo no Dragão Arena, embora não seja habitual prestar declarações antes dos jogos. Na tarde deste domingo, quis falar. E, na antecâmara do jogo 4 da final da Liga de basquetebol frente ao Sporting que poderia valer o título de campeão aos azuis e brancos, o líder dos portistas precisou apenas de uma pergunta que até começou também com a vitória do hóquei em patins na Luz para fazer mais um duro ataque ao Governo.

FC Porto volta a atacar Governo, pede demissões e critica (mais uma vez) critérios diferentes para presença de público nas bancadas

“Em primeiro lugar quero congratular-me com a vitória do nosso hóquei em patins na Luz depois dos últimos acontecimentos, que é notável. Quero dar os parabéns a todos os jogadores e treinadores que conseguiram essa vitória hoje. Aqui é uma tristeza, um jogo importante que merecia casa cheia e está vazia. Temos as bancadas sós, sem qualquer pessoa, o que é lamentável e incompreensível. Ontem tive a oportunidade de dizer ao senhor ministro da Educação que eles estavam a ser os coveiros do desporto português e, mais do que coveiros, estão a dar um exemplo de… Vou ser aqui muito moderado… Um exemplo de cretinice”, começou por referir.

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“Perguntei ao senhor ministro ontem se ele compreendia como é que um jogo decisivo do basquetebol não podia ter ninguém a assistir e ontem e anteontem, no Pavilhão Rosa Mota que é um recinto fechado, estiveram 2.500 pessoas aglomeradas, a maioria sem máscara, a ver um espectáculo de música. Ele não me soube responder e eu disse-lhe ‘Olhe, não sabe o senhor nem sabe ninguém porque para coisas estúpidas só os estúpidos é que são capazes de compreender e é sinal que o senhor afinal é inteligente…'”, contou, prosseguindo as críticas pela diferença de critérios e recordando também a figura do Marechal Humberto Delgado.

“É lamentável, houve uma final da Liga dos Campeões onde foi possível ter gente, com dois clubes ingleses, com público inglês que é tendencialmente perigoso e onde não houve o mínimo incidente no estádio. O mínimo! Houve ordem, disciplina, máscara, distanciamento, foi tudo correto. Houve incidentes na Baixa como houve em Albufeira à mesma hora e houve em todos os sítios quando há grandes aglomerados e se abusa do álcool. Mas da parte do Governo um atestado de mediocridade ao povo português porque os estrangeiros podem vir para aqui para os nossos estádios, mais de 15.000 pessoas, mas se forem portugueses não pode vir ninguém”, disse.

“Olhe, sabe o que é que precisávamos? De homens como o Humberto Delgado que viessem dizer ‘Demitam-se!’ que ainda hoje faz história. Infelizmente não existem no nosso país, por isso é que há esta pouca vergonha em que há pavilhões vazios para praticar desporto e pavilhões cheios para poder ver espectáculos musicais. Ver estádios quase com metade em jogos estrangeiros para os estrangeiros e os portugueses não podem, às vezes em aglomerações maiores do que se estivessem lá dentro. Mas não se pode esperar mais, quando a responsável da DGS veio dizer no início desta maldita pandemia que era uma gripezinha que dificilmente chegava cá, quando depois foi à TV aconselhar que ninguém usasse máscara, isto com um Humberto Delgado tinha sido logo demitida mas passado um ano continua no seu lugar a fazer estas figuras, a ridicularizar o povo português que é alvo de chacota lá fora. Deixava um conselho ao senhor primeiro-ministro António Costa: demita-os e, se não é capaz, demita-se o senhor”, concluiu o presidente dos azuis e brancos.