A NATO decidiu restringir o acesso à sua sede aos diplomatas da Bielorrússia, país membro da parceria euro-atlântica, para punir a decisão de Minsk de desviar um avião comercial para prender um opositor, anunciou esta segunda-feira o secretário-geral da organização.

“Decidimos limitar o acesso do pessoal bielorrusso ao quartel-general da NATO”, em Bruxelas, declarou Jens Stoltenberg numa conferência de imprensa.

“Os aliados condenaram firmemente uma violação das regras internacionais e um ataque contra a liberdade de expressão” pelas autoridades da Bielorrússia, lembrou.

Stoltenberg adiantou que a Aliança Atlântica saúda “as sanções decididas pelos aliados da NATO, incluindo as restrições de acesso impostas à companhia aérea da Bielorrússia” e pede “a libertação imediata das pessoas detidas”.

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A Bielorrússia obrigou, em 23 de maio, um avião da empresa Ryanair, proveniente de Atenas e com destino a Vílnius, a aterrar em Minsk, argumentando com um alerta de bomba. Dois passageiros, o jornalista dissidente bielorrusso Roman Protasevich e a sua companheira, a russa Sofia Sapega, foram detidos.

A União Europeia, com 22 países membros da NATO, decidiu interditar o seu espaço aéreo e os seus aeroportos aos aviões da Bielorrússia e recomendou às companhias europeias para evitarem o espaço aéreo deste país.

Os dirigentes europeus pediram igualmente a preparação de sanções económicas setoriais para atingir o regime do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que devem ser apresentadas aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 na sua reunião de 21 de junho, no Luxemburgo.

A Bielorrússia abriu uma missão diplomática junto da NATO em abril de 1998, seis anos após ter aderido ao conselho de cooperação norte-atlântico, que, em 1997, se tornou o Conselho de Parceria Euro-Atlântico, fórum que reúne todos os países aliados e parceiros da zona euro-atlântica.

A cooperação bilateral iniciou-se em 1995, quando a Bielorrússia aderiu ao programa da Parceria para a Paz. Permite a cidadãos bielorrussos fazerem cursos de formação em países da NATO de “preparação civil, gestão de crises, controlo de armas, defesa aérea, controlo de tráfego aéreo, telecomunicações, tratamento de informação, assim como formação linguística e militar”, precisa a NATO.