A Alemanha disse esta terça-feira estar empenhada em “fortalecer o músculo político” da NATO, com a proposta de criar uma “união de democracias” a ser apresentada na cimeira de líderes da Aliança que decorrerá este mês.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, revelou o plano do seu Governo numa conferência de imprensa antes do encontro virtual com os seus homólogos, para preparar a reunião dos chefes de Estado e de Governo da NATO, sublinhando que é necessária uma aliança “moderna” e “preparada para o futuro”.

Maas defendeu que, perante o crescente “desafio autocrático“, que se tornará mais evidente nos próximos anos, a NATO deve preparar-se na esfera política, para além de continuar a trabalhar na defesa coletiva e na reação a qualquer situação de crise.

O chefe da diplomacia alemã disse que as propostas de reforma apresentadas pelo secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, vão na direção certa, mostrando-se convencido de que as divergências evidenciadas entre os aliados podem ser resolvidas por meio do “diálogo“.

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Para Maas, ainda há algumas arestas a limar para a cimeira da organização, onde os líderes querem chegar a um acordo sobre um roteiro para a evolução da NATO até 2030. Relativamente às relações com a Rússia, Maas defendeu a posição alemã de que é fundamental manter abertos os canais de contacto com Moscovo.

Sobre a Ucrânia, Maas disse que Berlim está do lado de Kiev e não põe em causa o seu direito à autodefesa, mas considerou que enviar armas para esse país se defender das ameaças russas não é a solução, já que esse problema “só será resolvido por meios políticos“.

O chefe da diplomacia alemão pediu à Rússia para exercer a sua influência sobre os separatistas que lutam no leste ucraniano, de forma a reativar o processo de paz baseado nos Acordos de Minsk — um pacto que Kiev e Moscovo concluíram com a intermediação de Berlim e de Paris.