Os investigadores querem que o novo estatuto da carreira garanta a integração dos profissionais, disse o Sindicato Nacional Ensino Superior (SNESup), alertando que a atual precariedade laboral poderá levar a que muitos abandonem a profissão.

Cerca de uma centena de investigadores estiveram reunidos na passada sexta-feira para debater os desafios no trabalho e emprego e como deverá ser o novo Estatuto da Carreira de Investigação Científica, que está a ser alvo de uma revisão, afirmou à Lusa a presidente do SNESup.

Segundo Mariana Gaio Alves, o combate à precariedade da carreira é o principal foco: “Temos investigadores com 40 e com 50 anos que continuam, ciclicamente, de três em três ou de seis em seis anos a candidatar-se a novas bolsas”, disse. “Corrermos o risco de muita gente abandonar a investigação”, alertou a presidente do SNESup.

Os investigadores querem, por isso, que haja “uma mudança de paradigma na forma de contratação”, no sentido de garantir a integração destes profissionais e acabar com a precariedade da carreira, explicou. O novo estatuto da carreira deve prever também a avaliação de desempenho, acrescentou. “A entrada na carreira tem de ser feita por mérito”, sublinhou Mariana Gaio Alves.

As propostas de revisão do estatuto que o SNESup vai apresentar ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) deverão ser entregues apenas no final do mês. Segundo Mariana Gaio Alves, os investigadores estão a acompanhar o processo com um misto de “expectativa e preocupação” uma vez que esperam que o novo documento possa resolver alguns dos seus problemas laborais. “Existe a expectativa de melhorar a situação que corre o risco de se tornar insustentável”, concluiu.

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