A Assembleia da República aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, um voto de pesar pela morte do fundador do PS António Coimbra Martins, destacando a “luta incansável pela liberdade” de um homem que “permanecerá para sempre na história” do partido.

“António Coimbra Martins permanecerá, para sempre, na história do Partido Socialista, não só como seu fundador, não só como símbolo da luta incansável pela liberdade, mas também como um prestigiado intelectual que dedicou a sua vida também à projeção da cultura portuguesa”, lê-se no voto proposto pelos socialistas.

O voto, ao qual o presidente da Assembleia da República, o socialista Eduardo Ferro Rodrigues, se associou, foi aprovado por unanimidade na sessão plenária desta quarta-feira.

António Coimbra Martins, antigo ministro da Cultura, ex-embaixador de Portugal em Paris, nome chave na criação do Centro Cultural Português na capital francesa, através da Fundação Calouste Gulbenkian, morreu naquela cidade no dia 19 de maio, aos 94 anos, anunciou na altura o Partido Socialista. Foi um “destacado escritor, diplomata, político e intelectual e um dos fundadores do Partido Socialista”, refere o voto, através do qual o parlamento expressa o seu “profundo pesar pelo falecimento de António Coimbra Martins, transmitindo à sua família e amigos as mais sentidas condolências”.

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Nascido em Lisboa, em janeiro de 1927, António Coimbra Martins era formado em Filologia Românica, pela Universidade de Lisboa, e foi professor do ensino secundário e leitor de Português nas Universidades de Montpellier, Aix-Marselha e Paris, tendo depois ingressado como assistente na Faculdade de Letras de Lisboa, onde regeu a cadeira de literatura francesa. Em 1965, em Paris, foi o responsável pela criação, através da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Cultural Português.

Coimbra Martins foi titular da pasta do Ministério da Cultura no IX Governo Constitucional em Portugal, que teve como primeiro-ministro Mário Soares (PS). Foi deputado por Vila Real em 1985 e deputado europeu de 1986 a 1994, tendo integrado o Grupo Socialista no Parlamento Europeu.

Segundo o PS, António Coimbra Martins dividiu a sua vida entre Portugal e França, tendo ambos os países partilhado o seu talento e reconhecido o seu mérito. Em 1997, foi agraciado com o grau de Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e o governo francês atribuiu-lhe o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras.