O Governo vai lançar um aviso, na segunda-feira, para apoios a investimentos em infraestruturas de tratamento e valorização de efluentes suinícolas, anunciou esta sexta-feira o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, em Leiria.

“Vamos abrir, no dia 7 de junho [segunda-feira], um aviso para apoiar investimentos com um apoio de 50%. O Ministério da Agricultura atribui a esta medida 20 milhões de euros, que servirá para alavancar cerca de 40 milhões de euros que temos disponíveis, desafiando os agricultores pecuários e todos os envolvidos nesta matéria a que desenvolvam projetos dedicados ao tratamento e valorização de efluentes”, adiantou Rui Martinho, no âmbito da assinatura de um protocolo de cooperação com várias entidades, que se juntaram para a criação da nova rede de Aceleração e Inovação Agrícola (AIA), na prisão-escola de Leiria.

À margem do evento, o secretário de Estado explicou à Lusa que este é um aviso que “nunca tinha sido feito até esta sexta-feira” e que incide em “vários instrumentos de apoio que contribuam para melhorar a gestão dos efluentes, neste caso agropecuários“.

Rui Martinho apontou a região de Leiria e a bacia leiteira no norte do país como duas zonas nas quais existe “um problema sério de poluição também associada à atividade pecuária”.

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“O Ministério da Agricultura valoriza a importância socioeconómica para o país e para a região das atividades agropecuárias. A suinicultura tem contribuído para o equilíbrio da nossa balança comercial, tendo tido um crescimento das exportações, em 2020, que corresponderam a 200 milhões de euros”, adiantou, lembrando que este setor é também responsável por “dois mil postos de trabalho“.

Considerando que este é um “apoio generoso, superior ao que habitualmente existe”, o governante socialista defendeu que os produtores pecuários “estarão sempre na primeira linha da resolução deste problema e têm essa consciência”.

Por isso, o Governo está a “dar-lhes condições para que possam realizar os investimentos que são necessários“, nomeadamente “ao nível das melhores condições de armazenagem do próprio efluente, na separação do que se chama fase líquida e fase sólida, para permitir um aproveitamento mais racional de uma componente e da outra e melhoria de transporte”.

Rui Martinho sublinhou que o aviso “não impõe nenhuma solução“, deixando ao critério de cada exploração a “situação que entenderem ser a mais adequada, dentro do cardápio que são as soluções que permitem contribuir para resolver este problema”.

Não temos ilusões de que o problema fica totalmente resolvido. Mas é um contributo muito importante para que possamos dar um primeiro passo no sentido de mitigar fortemente aquilo que são os impactos que existem no ambiente e na vida das pessoas nas zonas em que este problema tem uma maior incidência”, admitiu. Apesar de o aviso estar aberto dois meses, a tutela admite “prolongar” se for necessário.