O chefe de gabinete do ex-presidente Donald Trump, Mark Meadows, pressionou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos a investigar teorias infundadas de fraude nas últimas eleições presidenciais, revelou este sábado o The New York Times.

O jornal norte-americano teve acesso a cinco ‘e-mails’ datados de dezembro de 2020 e janeiro de 2021 trocados entre Meadows e o então procurador-Geral dos EUA, Jeffrey Rosen, que mostram que o chefe de gabinete solicitou que várias teorias de fraude eleitoral que circulavam nas redes sociais fossem investigadas.

Entre as alegações para investigação constava uma acusação na qual se defendia que as máquinas que registaram os votos nas eleições presidenciais de novembro estavam a ser controladas remotamente a partir de Itália através de tecnologia militar e que seriam responsáveis pela alteração de votos em Trump a favor de Biden.

O The New York Times destacou que tanto os ‘e-mails’ como as pessoas próximas de Rosen indicaram que o procurador-Geral se recusou a investigar as teorias da fraude eleitoral defendidas por Meadows.

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Uma das comunicações revelou ainda que Rosen recusou facilitar uma reunião entre representantes do FBI e um homem que tinha colocado vídeos ‘online’ em defesa da teoria italiana de alegada fraude eleitoral, conhecida como “Italygate”.

Para além da alegada pressão sobre Rosen, Meadows também esteve envolvido numa chamada entre Trump e o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, na qual o antigo presidente pediu que encontrasse provas de alegada fraude nesse Estado.

Segundo fontes do jornal, Rosen está a negociar com o Departamento de Justiça para falar sobre a pressão a que o órgão judicial foi sujeito para investigar as irregularidades eleitorais que Trump apontou, mas para as quais não foram encontradas quaisquer provas.

Os ‘e-mails’ são uma amostra das tentativas do ex-presidente e dos seus aliados nas últimas semanas do seu mandato para encontrar formas de subverter ou mesmo anular os resultados das eleições de novembro de 2020 enquanto ainda controlava o governo.