Depois de um Campeonato dominado a todos os níveis pelo FC Porto, que se tornou a primeira equipa de sempre no panorama nacional a somar por vitórias todos os encontros da competição (30), a época oficial do andebol ia terminar agora em Pinhel com uma Final Four da Taça de Portugal que funcionava quase como um playoff que esta temporada não existiu com o primeiro classificado a defrontar o quarto (Águas Santas) e o terceiro (Benfica) a ter pela frente o segundo (Sporting). E era no dérbi que se centravam grande parte das atenções.

Sporting vence dérbi com Benfica, sobe à liderança à condição e vai discutir título no Dragão Arena com FC Porto

A grande época feita pelo FC Porto não deu grande margem para impedir a revalidação do título por parte dos dragões, que ganharam em casa e fora aos seus adversários diretos com maiores ou menores dificuldades. Por isso, esta Taça de Portugal em Pinhel surgia como uma espécie de tábua de salvação da temporada para os dois conjuntos lisboetas, que trocaram de treinadores e fizeram algumas mexidas nos plantéis sem o efeito desejado de pelo menos conseguirem diminuir o fosso para os azuis e brancos. No entanto, apenas um poderia apurar-se para o encontro decisivo da competição. E os duelos no Campeonato mostraram o equilíbrio esperado.

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Benfica vence dérbi com Sporting, marca no último segundo e ainda pode sonhar com o segundo lugar no Campeonato

Em jogos separados por poucas semanas, depois do adiamento da partida no Pavilhão João Rocha, o Sporting conseguiu ganhar em casa com uma boa recuperação em casa (31-29) e o Benfica venceu na Luz, com um golo de Petar Djordic num livre de nove metros já com o tempo de jogo esgotado a anular a desvantagem no confronto direto que poderia existir para a última jornada (34-32) – algo que acabou por não ter influência porque os leões bateram o Águas Santas e as águias perderam na deslocação ao Restelo frente ao Belenenses. Agora, no terceiro dérbi da temporada, o Benfica voltou a ser mais forte, ganhando por 26-24 e assegurando a primeira vaga na final da Taça de Portugal no Pavilhão Multiusos de Pinhel frente a Águas Santas ou FC Porto (17h30).

Sergey Hernández, com três defesas consecutivas, permitiu um melhor início do Benfica, que conseguiu curtas vantagens de dois golos (3-1 e 4-2) com Petar Djordic em plano de destaque em termos ofensivos com três dos quatro primeiros golos. A partir daí, o dérbi entrou numa fase menos característica e com momentos mais baixos dos dois conjuntos: numa primeira fase, que até começou com os encarnados em superioridade numérica, o Sporting fechou por completo a baliza com uma defesa agressiva, “secou” o ataque contrário durante mais de dez minutos e fez um parcial de 6-0 (8-4); a seguir, as águias acalmaram o seu jogo sobretudo no plano ofensivo após um desconto de tempo de Chema Rodríguez e fizeram um parcial de 4-0, empatando o encontro (8-8).

Voltava tudo à estaca zero depois de nenhuma das equipas ter conseguido aproveitar as vantagens para gerir o encontro de outra forma, com os últimos dez minutos a terem ambos os conjuntos na frente do marcador entre mais erros nos ataques organizados e um maior protagonismo dos guarda-redes, o que levou o dérbi empatado para o intervalo a 11 com Djordic como melhor marcador (cinco golos) seguido de Salvador Salvador (três).

A segunda parte trouxe algumas mudanças no marcador mas a particularidade de nenhuma das equipas ter conseguido vantagens superior a um golo entre empates a 12, 13, 14, 15 e 16. Com isso, foi preciso esperar até aos 13 minutos do segundo tempo para haver uma equipa com um avanço superior a um golo, quando Salvador Salvador acertou no poste quando a equipa leonina jogava sem guarda-redes e Ole Rahmel marcou de uma baliza a outra (18-16). A defesa dos encarnados ganhava algum ascendente e Rui Silva tem mesmo de parar o encontro a meio, quando o Benfica estava a acertar melhor as marcações aos primeiras linhas contrários.

O Sporting conseguiu ter outros argumentos também em termos defensivos mas Petar Djordjic continuou a fazer a diferença, marcando vários golos de primeira linha com trajetórias distintas na abordagem à baliza defendida por Skok e em livres de sete metros, onde não falhou frente aos três guarda-redes verde e brancos. O sérvio foi preservando os dois golos de vantagem das águias até aos cinco minutos finais, altura em que os leões voltaram a falhar quando estavam proibidos e estenderam a passadeira à vitória do Benfica por 26-24.

Na outra meia-final, o FC Porto, que partia com maior favoritismo teórico, enfrentou grandes dificuldades com o Águas Santas, vencendo apenas no prolongamento por 33-31 num encontro onde chegou a ter desvantagens de quatro golos na primeira parte e esteve quase sempre atrás no segundo tempo. Pedro Cruz, central dos maiatos que voltou a ser o grande destaque da partida, foi o melhor marcador com 12 golos. Do lado azul e branco, Victor Iturriza e Diogo Branquinho, ambos com sete golos cada, foram as principais referências ofensivas.