A Cosworth produz dos melhores motores do mundo. Celebrizou-se com o quatro cilindros atmosférico que animou os Ford Escort RS 1800 de ralis e de velocidade, na mesma altura que surpreendeu com o V8 DFV que dominou a Fórmula 1 durante anos, mesmo contra os V12 da Ferrari. Mas esta empresa britânica faz igualmente magia em motores para carros de série, desde que persigam a máxima potência e não se importem de pagar caro pelo privilégio. O mais recente exemplo é dado pelo V12 que equipa o Gordon T.50, que a Cosworth mostrou em banco de ensaio a ser testado de forma exuberante, puxando-o até às 12.100 rotações por minuto.

O cicerone escolhido para esta visita ao fabricante inglês de motores foi Dario Franchitti, quatro vezes campeão na IndyCar e vencedor em três ocasiões das míticas 500 Milhas de Indianápolis. O escocês trocou o capacete pelo microfone e é hoje comentador de desporto automóvel, além de piloto de ensaios do Gordon T.50, o hiperdesportivo desenhado por Gordon Murray.

Murray é um reputado engenheiro, que nasceu na Escócia e se formou na África do Sul. Provou os seus méritos ao conceber carros de F1 como o Brabham BT46B, conhecido como o carro “aspirador”, que se revelou ser tão eficaz que seria banido. De seguida passou para a McLaren, para quem concebeu o MP4/4 que deu o primeiro campeonato do mundo a Ayrton Senna. Depois mudou-se para os supercarros homologados para circular na via pública, tendo saído da sua prancheta o McLaren F1, com três lugares e motor V12 da BMW.

Mais recentemente, Murray decidiu autopromover-se a construtor e desenhou o seu primeiro hiperdesportivo, o Gordon T.50. Provando que não se esqueceu como se concebia um bom F1, Murray conseguiu produzir um hiperdesportivo com um motor V12 com um peso-pluma de somente 986 kg. O segundo grande argumento do modelo é o seu 4.0 V12 atmosférico, que fornece 663 cv – valor que é alcançado às 9000 rpm, apesar de o motor poder atingir 12.100 rpm -, e que ainda conta com um motor eléctrico, com 27 cv, destinado a desempenhar funções de motor de arranque e gerador.

Durante o tour às instalações da Cosworth, os técnicos chamaram a atenção de Dario Franchitti para o facto do teste a que está a ser sujeito o V12 implicar uma simulação de voltas à pista das 24 Horas de Le Mans. E há que ter presente que, ao anunciar 663 cv para 986 kg, na realidade o T.50 teria uma uma potência de 1015 cv caso o seu peso rondasse os 1510 kg de um Ferrari F8 Tributo, ou 1136 cv caso o peso do T.50 se aproximasse dos 1690 kg do Lamborghini Aventador.

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