Para o ministro dos Transportes espanhol, Fernando Grande-Marlaska, a situação não podia ser mais simples. Os acidentes de moto tiram centenas de vidas por ano e atiram muitos utilizadores de veículos de duas rodas para o hospital, por vezes por períodos prolongados, e há uma forma de proteger vidas e minimizar danos: utilizar coletes airbag, concebidos para proteger o tórax e as costas do condutor.

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A certeza do governante, suportada pela opinião de muitos especialistas, é tal que Grande-Marlaska começou a promover a ideia da utilização dos airbags em Fevereiro deste ano (através da campanha #PonteUnAirbag), com o objectivo de a tornar obrigatória em breve. Mas, rapidamente, uma sucessão de manifestações de condutores e respectivas associações levou o governante, no início de Junho, a suspender a obrigatoriedade de usar este sistema de protecção para todos os utilizadores de veículos de duas rodas em Espanha.

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Os especialistas do sector entendem que os airbags efectivamente protegem os motards, especialmente porque os estudos, depois da cabeça, apontam o tórax e as costas como os pontos onde incidem a maioria dos ferimentos graves. Os crash-tests realizados a 50 km/h provam isto mesmo, com esta velocidade a destinar-se a reproduzir o trânsito na cidade onde, segundo a imprensa espanhola, faleceram 67% dos motociclistas.

Ao que parece, grande parte das críticas é devida ao facto de o equipamento ser volumoso e ligeiramente pesado – cerca de 2 kg, consoante o modelo –, bem como relativamente caro, sendo proposto por preços entre 350€ e 1200€. Um valor que não deveria assustar os potenciais clientes, a avaliar pelo preço exigido pelos blusões de marcas conhecidas a que a maioria dos motociclistas dá preferência.