O número de mortos resultante da colisão na madrugada desta segunda-feira entre um comboio expresso e outro que tinha descarrilado em Ghotki, no Paquistão, subiu para 51, indicaram as autoridades.
Mais de 100 pessoas ficaram feridas e, mais de 21 horas depois do acidente, as equipas de socorro continuam no local, no distrito de Ghotki, na província meridional de Sindh, a tentar encontrar sobreviventes por entre os destroços das carruagens.
Foi enviada maquinaria pesada para cortar a estrutura metálica das composições e foram destacados efetivos militares, engenheiros e helicópteros para ajudar nas operações de resgate, embora a esperança de recuperar passageiros com vida seja agora reduzida.
O comboio Millat Express descarrilou por volta das 03h30 locais (23h30 de domingo em Lisboa) e o Sir Syed Express embateu nele alguns minutos depois, indicou o vice-comissário da polícia de Ghotki, Usman Abdullah.
Desconhece-se ainda a causa do descarrilamento, e o condutor do segundo comboio disse que travou quando viu o comboio na linha, mas já não foi a tempo de evitar a colisão.
Cerca de 1.100 passageiros encontravam-se a bordo dos dois comboios, indicaram as autoridades ferroviárias.
“O desafio para nós é conseguir retirar rapidamente os passageiros que ainda estão presos nos destroços”, disse o chefe da polícia do distrito, Umar Tufail.
O balanço das vítimas mortais foi subindo ao longo do dia e, embora a probabilidade de encontrar sobreviventes tenha diminuído, as autoridades levaram lanternas para o local, para que as buscas possam prosseguir durante a noite, enquanto familiares de alguns dos passageiros desaparecidos aguardam nas imediações.
O ministro dos Transportes paquistanês, Azam Swati, declarou à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) que engenheiros e peritos estão a tentar determinar a causa da colisão e que todos os cenários serão considerados, incluindo a possibilidade de sabotagem.
Segundo disse à estação Geo News TV o presidente da Pakistan Railways, Habibur Rehman Gilani, o troço de ferrovia onde ocorreu o acidente era velho e precisava de substituição.
O primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, expressou o seu pesar pela tragédia, afirmando na rede social Twitter que tinha pedido ao ministro dos Transportes para supervisionar as operações de resgate e que ordenou uma investigação sobre o acidente.
Shocked by the horrific train accident at Ghotki early this morning leaving 30 passengers dead. Have asked Railway Minister to reach site & ensure medical assistance to injured & support for families of the dead. Ordering comprehensive investigation into railway safety faultlines
— Imran Khan (@ImranKhanPTI) June 7, 2021
São comuns os acidentes ferroviários no Paquistão, onde os sucessivos Governos têm negligenciado a necessidade de manutenção do sistema de sinalização e os carris envelhecidos.
Em 1990, um comboio cheio de passageiros embateu num comboio de mercadorias parado, fazendo 210 mortos naquele que foi o pior desastre ferroviário na história do país.