A Infraestruturas de Portugal (IP) apresentou esta quarta-feira o projeto para construção da Variante a Arruda dos Vinhos, no distrito de Lisboa, num investimento estimado de seis milhões de euros, que visa desviar o trânsito de pesados da área urbana.

A empreitada, apresentada numa cerimónia presidida pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, integra o Programa de Recuperação e Resiliência e prevê a construção de uma variante à Estrada Nacional (EN) 248, porque a via “atravessa uma zona marcadamente urbana residencial que convive com uma forte estrutura comercial e industrial”, divulgou a IP.

A futura Variante a Arruda dos Vinhos terá uma extensão de cerca de 2,3 quilómetros, integrando ao longo do traçado “quatro novas rotundas, facilitadoras das acessibilidades e distribuição de tráfego à rede viária local”. O projeto contempla ainda a construção de uma nova ponte sobre o rio Grande da Pipa, com uma extensão de 300 metros. A obra é promovida no âmbito do plano de beneficiação das acessibilidades rodoviárias às zonas empresariais, para a melhoria da capacidade das empresas ao nível da entrada e da saída de mercadorias, e para ligação direta à rede rodoviária de alta prestação.

Além da EN 248, a nova via será uma alternativa à EN115-4 e à Variante Industrial das Corredouras, onde, segundo IP, se regista igualmente “um elevado volume de circulação automóvel, nomeadamente com intenso tráfego pesado de mercadorias”. De acordo com o comunicado da empresa, a concretização do projeto tem como principais objetivos o aumento da segurança rodoviária em Arruda dos Vinhos e o reforço da mobilidade, com a melhoria das acessibilidades à rede rodoviária (autoestradas) e ferroviária (Linha do Norte).

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A nova variante resultará ainda, segundo a IP, em benefícios ao nível ambiental e de qualidade de vida dos residentes, “através da diminuição da exposição da população à poluição automóvel e a níveis incomodativos de ruído”. Em novembro de 2019 a Câmara de Arruda dos Vinhos já tinha deliberado, por unanimidade, decretar o interesse público municipal da construção da variante, visando diminuir o tráfego rodoviário na vila, onde, por dia, circulam cerca de cinco mil veículos nas principais vias.

Na proposta a que se teve acesso, a Câmara considerava que, além da insegurança, a circulação intensa “aumenta os custos das empresas, colocando constrangimentos ao nível da competitividade e escoamento dos seus produtos para os principais mercados nacionais e internacionais”. Em junho do mesmo ano, o executivo municipal aprovou estabelecer um acordo com a IP para construir a variante e assim “canalizar e orientar o excesso de tráfego que circula no centro da vila e nos caminhos rurais de acesso à Zona Industrial das Corredouras”.

O acordo previa que o município desenvolvesse e suportasse os encargos do projeto de execução e das expropriações, para os quais previa um gasto de 400 mil euros. A Infraestruturas de Portugal assumia lançar concurso público para a construção da variante, até ao primeiro semestre de 2020, e financiá-la, estimando-se então um investimento de três milhões de euros.

Em fevereiro, a Assembleia Municipal aprovou suspender, de forma parcial, o Plano Diretor Municipal para a construção desta via e implementar medidas preventivas durante dois anos, para “tornar urgentes os processos necessários à execução da obra”. A construção da variante está prevista no Programa Nacional de Investimentos 2030.