O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou esta terça-feira que as ligações marítimas regulares entre o continente e as duas regiões insulares portuguesas devem ser assumidas pelo Estado como uma “opção geopolítica essencial”.

“Espanha tem ligações regulares marítimas com as Canárias. Portugal, como potência média atlântica, tem de o fazer com os seus arquipélagos”, disse o governante madeirense, sublinhando que esta não é apenas uma “questão de coesão nacional e de exercício de soberania”, mas sobretudo de “opção geopolítica essencial”. E reforçou: “O potencial da economia azul não é uma ficção, mas uma realidade bem ao nosso alcance que exige mobilização nacional”.

Miguel Albuquerque falava em Câmara de Lobos, concelho da zona oeste da Madeira, contíguo ao Funchal, onde decorreu uma cerimónia evocativa do Dia Internacional dos Oceanos, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que se encontra na região para celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, com um programa intenso que começou esta terça-feira e termina na quinta-feira.

“Se Portugal quiser assumir um papel central na interface América-Europa, Canal do Panamá-Europa, Oriente e África-Europa, tem de investir na modernização, requalificação e logística nos seus portos no continente e nas regiões autónomas”, declarou o chefe do executivo madeirense, sublinhando que 90% do comércio externo da Europa e 40% do comércio intereuropeu passa pelos portos europeus.

Miguel Albuquerque considerou ser “absurdo” ignorar a modernização e logística portuária e os setores associados, como a construção e reparação naval e o turismo de cruzeiros e científico. “Anualmente transitam nos portos marítimos da Europa 3,5 mil milhões de toneladas e, 300 milhões de passageiros”, sublinhou, lembrando que as Canárias são, atualmente, um “centro prestador de excelência” destes serviços no Atlântico.

“Portugal, com melhores condições, porque é que não o faz?”, questionou. E reforçou: “O triângulo atlântico – Continente, Madeira, Açores – necessita, também, de ligações marítimas de passageiros regulares, pois esta é uma das formas inteligentes de exercer os nossos direitos de soberania no mar.

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