Os trabalhadores da CP — Comboios de Portugal, da Infraestruturas de Portugal (IP) e empresas filiadas voltam a estar em greve no dia 25 de junho pelo aumento geral dos salários, anunciaram esta terça-feira as estruturas sindicais.

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) e pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).

O pré-aviso de greve abrange os trabalhadores da CP, da IP e das suas empresas filiadas (IP Telecom, IP Património e IP Engenharia), de acordo com um comunicado.

Segundo o SNTSF e a Fectrans, as orientações do Governo para as empresas do setor “são de contenção e congelamento dos salários”, pelo que defendem que “há razão para que a luta na IP e empresas aliadas, seja coincidente com a da CP, que têm ambas a mesma tutela governamental”.

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Os trabalhadores destas empresas querem ver valorizados os seus salários que, cada vez mais, se aproximam do salário mínimo nacional e porque é uma reivindicação de todos, entendemos que é necessário que a luta seja, cada vez mais, abrangente e com trabalhadores de todas as categorias e profissões”, afirmam as estruturas sindicais.

Trabalhadores da CP concluem greve. Sindicato critica “prepotência” da administração

A nova paralisação marcada para dia 15 segue-se à greve dos trabalhadores da IP que se realizou em 2 de junho e que provocou perturbações significativas na circulação de comboios.

Já na CP termina esta terça-feira uma greve de três dias dos revisores e trabalhadores das bilheteiras que registou também impacto na circulação de comboios.

O presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, Luís Bravo, fez em declarações à Rádio Observador um balanço desta greve de três dias dos revisores e trabalhadores das bilheteiras da CP: “A expressão do descontentamento foi evidente. Nos três dias tivemos taxas de adesão à greve sempre na ordem dos 90%, em todo o país”.

No fundo foi um acumular de problemas que estão por resolver. As pessoas fizeram o sacrifício de demonstrar que alguma coisa tem de mudar e ficamos a aguardar a decisão da empresa e das tutelas das Infraestruturas e das Finanças”, apontou Luís Bravo.

O presidente do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante criticou ainda a postura da administração da CP e a ausência de respostas positivas às exigências dos trabalhadores: “Temos notado alguma prepotência por parte desta administração da empresa em algumas posições que toma, pouca abertura para ultrapassar os problemas e encontrar soluções. É o ‘quero, posso e mando’. Quando não há uma flexibilidade para se ultrapassar os problemas vai-se gerar conflitos que vão aumentando, vão crescendo e acabam depois num dia de greve. Queríamos evitar isso, fizemos por evitá-lo durante largos meses junto da administração e junto do ministério mas não se encontraram soluções”.