A Juventude Social Democrata (JSD) e a Juventude Popular (JP) vão organizar, esta sexta-feira, uma manifestação conjunta em frente à Câmara de Lisboa em “repúdio” pela partilha de dados de três ativistas anti-Putin residentes em Portugal por aquela autarquia.

“As notícias vindas a público sobre o ataque à democracia, à liberdade e ao direito à manifestação, por parte da Câmara Municipal de Lisboa e de Fernando Medina, só podem receber o forte repúdio e a condenação de todos os democratas”, pode ler-se no comunicado conjunto.

A manifestação ‘pela Democracia e pela Liberdade’ realiza-se sexta-feira, às 18h00, em frente à Câmara de Lisboa, nos Paços do Concelho e é destinada a “todos os jovens que acreditam na democracia e na liberdade”, acrescentam.

O caso dos ativistas russos reporta-se a 18 de janeiro, quando foi pedida autorização para uma concentração em solidariedade com o opositor russo Alexei Navalny, detido na Rússia, com vista à sua libertação.

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O presidente da JSD, Alexandre Poço, citado no comunicado, referiu que “está em causa uma situação gravíssima”. “[Esta é] uma vergonha que não podemos ignorar, um ato que exige a nossa ação em defesa da liberdade e da democracia”, destacou.

Já o presidente da JP, Francisco Camacho, salientou que “a identificação de cidadãos que se manifestam contra a existência de presos políticos deve cobrir de vergonha o Partido Socialista e Fernando Medina”. “Estamos a falar de uma traição para todos aqueles que combatem a favor da liberdade”, sustentou.

Entretanto, a Câmara de Lisboa anunciou hoje que alterou os procedimentos internos para manifestações por forma a salvaguardar dados pessoais de manifestantes, após uma queixa de ativistas russos que viram os seus dados partilhados com a Embaixada da Rússia.

“Foram alterados os procedimentos internos desde 18 de abril e, nas manifestações subsequentes para as quais foi recebida comunicação (Israel, Cuba e Angola) não foram partilhados quaisquer dados dos promotores com as embaixadas”, justificou a CML em comunicado.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa pediu hoje “desculpas públicas” pela partilha de dados de ativistas russos em Portugal com as autoridades russas, assumindo que foi “um erro lamentável que não podia ter acontecido”.

“Quero fazer um pedido de desculpas público aos promotores da manifestação em defesa dos direitos de Navalny, da mesma forma que já o fiz à promotora da manifestação. Quero assumir esse pedido de desculpas público por um erro a todos os títulos lamentável da Câmara de Lisboa”, disse Fernando Medina numa conferência de imprensa sobre envio à Rússia de dados pessoais de três ativistas russos.