Todos os veículos podem começar a arder pelos mais variados motivos, independentemente de recorrerem a gasolina, gasóleo, GPL, gás natural ou electricidade como combustível. Como a tecnologia mais recente a chegar ao mercado, os modelos eléctricos são os que causam maior estupefacção quando pegam fogo, na esmagadora maioria dos casos devido ao que os técnicos denominam thermal runaway, que consiste numa reacção química – e as baterias vivem essencialmente de reacções químicas no seu interior para recarregar e descarregar – que provoca uma subida incontrolada da temperatura, que gera novo incremento de temperatura até começar a arder.

Os motivos para este problema são essencialmente dois: deficiência na construção dos acumuladores ou danificação nas células da bateria, fruto de um acidente que provoque uma fuga de electrólito e, com ele, o disparar do aquecimento e um potencial incêndio. É para evitar estas situações que as baterias recorrem a estabilizadores, como o manganésio ou o alumínio, sendo que quanto mais níquel esteja presente na química nas células da bateria, mais propensas elas são a uma gestão problemática de temperatura, mas mais densidade energética atingem.

Este caso que nos chega da China foi um incidente que teve lugar no parque de uma universidade, onde estavam estacionados cinco autocarros, parados lado a lado. Um deles, como se vê no vídeo, viu a bateria começar a aquecer e libertar fumo, para de seguida começar a arder. O incêndio que consumiu o primeiro autocarro propagou-se ao segundo, sendo que os cinco autocarros teriam sido destruídos pelo fogo não fosse a intervenção dos bombeiros, que conseguiram controlar o incêndio antes de o último veículo ser devorado pelas chamas.

De recordar que os autocarros, por necessitarem de maior capacidade de acumulação e não estarem limitados como os automóveis em espaço e peso, montam quase sempre baterias menos sofisticadas, ou seja, com menos densidade energética, para serem mais baratas e, potencialmente, mais estáveis. Ainda assim, o controlo de qualidade deve ser total, pois a mínima falha na construção pode dar origem a um gigantesco churrasco.

A notícia foi tornada pública pelo South China Morning Post, que divulgou o vídeo registado pelas câmaras de segurança. Segundo os chineses, os camiões em causa são os BAIC EX360 que, de acordo com o referido órgão de informação, estavam a recarregar no momento do incêndio.

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