O Ministério Público quer que o cozinheiro Ljubomir Stanisic seja julgado em tribunal por corrupção ativa e desobediência, noticia este sábado o Correio da Manhã, acrescentando que os procuradores já apresentaram um recurso para contestar a decisão do juiz Ivo Rosa de ilibar Stanisic durante a fase de instrução do processo.

Em causa está o processo “Dupla Face”, que envolve os alegados esforços do cozinheiro, que é também empresário da restauração e estrela televisiva, para furar o confinamento imposto nos primeiros meses de 2020 depois do irromper da pandemia da Covid-19. Stanisic queria ir passar a Páscoa, em abril, a Grândola com a família — mas as restrições impostas a partir de meados de março levaram-no a temer ser intercetado pela polícia.

Para o evitar, o cozinheiro terá oferecido garrafas de bebidas a um agente da PSP para que fosse autorizado a viajar. O caso veio a público no final do ano passado. Em março deste ano, porém, o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar Stanisic, por considerar não haver indícios suficientes, mas enviou os agentes da PSP envolvidos para julgamento.

As chamadas que levaram o MP a acusar Ljubomir Stanisic de corrupção num processo onde se investigava tráfico de droga

Agora, segundo escreve o Correio da Manhã, o procurador João Centeno, que acompanhou a fase de instrução do processo, já preparou um recurso no qual pede que as provas sejam reapreciadas, uma vez que considera que o juiz desvalorizou a investigação policial que conduziu à acusação.

Os alegados crimes — de corrupção ativa e desobediência — teriam sido praticados no momento em que Stanisic telefonou a um agente da polícia para lhe pedir ajuda para furar o confinamento, mostrando-se disponível a oferecer bebidas alcoólicas em troca. Porém, Ivo Rosa considerou que as provas tinham sido obtidas através de escutas telefónicas ilegais, que haviam sido realizadas a pretexto de uma investigação a uma rede de tráfico de droga — e por isso apontou a inexistência de indícios suficientes para julgar Stanisic.

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