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Dardos contra adversários provocam polémica. IL defende-se: "Foi só uma brincadeira"

Este artigo tem mais de 2 anos

No arraial da IL, este sábado, fez-se mira a adversários políticos: Costa, Rio, Catarina ou Jerónimo (sem Ventura ou Chicão). "Foi uma brincadeira de uma barraquinha", defende-se Bruno Horta Soares.

O "jogo" que já motivou algumas críticas e que consistia em acertar com dardos em adversários políticos
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O "jogo" que já motivou algumas críticas e que consistia em acertar com dardos em adversários políticos

JOÃO PEDRO MORAIS/OBSERVADOR

O "jogo" que já motivou algumas críticas e que consistia em acertar com dardos em adversários políticos

JOÃO PEDRO MORAIS/OBSERVADOR

Quem passou pelo arraial-comício deste sábado da Iniciativa Liberal na zona de Santos, em Lisboa, caminhou por entre barracas de febras e cervejas e deparou-se com uma atividade peculiar: uma barraca com um jogo que consistia em atirar dardos fazendo pontaria a fotografias de figuras da política portuguesa, nomeadamente António Costa, Rui Rio, Catarina Martins ou Jerónimo de Sousa — mas não André Ventura ou Francisco Rodrigues dos Santos.

Nas redes sociais, começaram a circular nas últimas horas fotografias do jogo e algumas críticas. Num texto publicado no Facebook, Filipe Neto Brandão, deputado e vice-presidente da bancada parlamentar socialista, foi particularmente duro:

“Lamento, mas coisas destas são simplesmente inadmissíveis num evento promovido por um partido político.
Benevolamente, poderíamos chamar-lhes garotices, isto é, coisas que são próprias de garotos. Porém, tratando-se de um partido supostamente composto por adultos, quem naquele aprecie isto ou é um adulto infantilizado ou é um adulto mal-formado. Não bastava o desrespeito pelas determinações da DGS, tinham também de desrespeitar regras elementares de formação cívica, urbanidade e tolerância democráticas… !?”, interroga.

O antigo embaixador Francisco Seixas da Costa, por exemplo, escreveu o seguinte: “A maturidade e o espírito democrático espelhados num jogo político. Para memória futura”. O músico, comentador desportivo e simpatizante do Bloco de Esquerda, Miguel Guedes, escreveu mesmo: “A IL faz tiro ao alvo à democracia, deixando de fora o inexistente Chicão e os fascistas do Chega”. E Francisco Louçã, antigo líder do Bloco de Esquerda, também não deixou passar o jogo sem um comentário: “De pequenino se torce o pepino: a Iniciativa Liberal promove o mercado da setas atiradas contra os adversários políticos. Tão giro”.

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Para Bruno Horta Soares, candidato do partido a Lisboa, no entanto, as críticas são excessivas: tratou-se apenas, garante, de uma brincadeira.

“Tem como intenção a desvalorização de tudo o que esteve à volta disso. É única coisa que conseguem criticar no que aconteceu ontem [sábado], seria como encontrar uma máscara no chão e avaliar o arraial por isso. Foi um dia muito alegre, as pessoas divertiram-se e esse jogo foi simplesmente isto: uma brincadeira num dia de muita alegria, de muita esperança”, vinca Bruno Horta Soares, em declarações ao Observador.

Questionado sobre se era significativo que estivessem no círculo do jogo fotografias de políticos como Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e Fernando Medina mas também Rui Rio e não estivesse André Ventura, líder do Chega — partido com o qual a IL insiste que não quer acordos —, Bruno Horta Soares diz que também pode perguntar “porque não estava o líder do PAN”.

E sublinha: “Estamos a tentar encontrar factos para justificar essa história. Não fui o autor do jogo mas estarem ou não estarem o André Ventura ou outros políticos portugueses… foi só um momento de brincadeira, de alegria, não era uma ação política”.

JOÃO PEDRO MORAIS/OBSERVADOR

Bruno Horta Soares não vê significado na ausência de André Ventura entre os políticos “alvejados” a dardo neste jogo do arraial da IL e recusa qualquer leitura que possa ser feita apontando para uma menor hostilidade do partido em relação ao Chega. “Podíamos estar aqui a conjeturar sobre direita e esquerda. Também tínhamos matraquilhos e eram do Porto e do Benfica, não estavam ali pintados com cores de outros clubes…”.

“Fico contente quando a única coisa a apontar a um arraial que tinha uma logística com aquela complexidade é uma brincadeira de uma barraquinha. Só demonstra que tudo o resto funcionou bem”, diz.

“Estivemos sempre muito atentos à quantidade de pessoas”

O jogo do dardo não foi, porém, o único aspeto do arraial da IL que motivou críticas e questões — a quantidade de pessoas que por ali passaram também. Este domingo, na rede social Twitter, o presidente do PSD Rui Rio entrou no jogo dos dardos e fez mira aos liberais.

“Como é possível a IL ter criticado o PCP e agora ainda fazer pior do que os comunistas? Para vencermos a Covid-19 temos de ter todos respeito pelos outros e sentido de responsabilidade. Assim, não! A arrogância não é arma contra a pandemia, nem a favor da recuperação económica”, escreveu o líder social-democrata.

Bruno Horta Soares, no entanto, defende a organização do evento: “Gostaria de deixar a nota que não haveria ninguém mais preocupado e atento no local do que a organização do evento e eu em particular. Participámos no evento tendo em atenção aos fluxos e movimentações de pessoas. Circularam muitas pessoas mas tenho a convicção que não se ultrapassaram os números [definidos como limites máximos de capacidade]”, refere Bruno Horta Soares.

Vincando que “em nenhum momento foi preciso limitar as entradas”, o candidato da IL a Lisboa assume que houve contactos com a PSP, nomeadamente “no dia anterior”, em que se definiu que a Polícia de Segurança Pública “faria tudo para evitar fluxos demasiado exagerados ao local”.

Mas o balanço foi positivo e não obrigou a esforços da PSP, garante Bruno Horta Soares: “Estivemos sempre muito atentos à quantidade de pessoas. Conseguimos que as entradas e saídas se fizessem sempre a passo e conseguimos medir a temperatura e oferecer álcool gel a todos. Fui perguntando pessoalmente à organização como estava a correr e, apesar de termos tido números elevados de rotação de pessoas, tenho a convicção que nunca se superou a capacidade máxima definida.”

Arraial da IL em Lisboa com parecer desfavorável da DGS para atividades que extravasem comício

Já sobre o parecer desfavorável da DGS ao evento, e questionado se a IL não estava a contribuir para colocar em causa, no município de Lisboa, a ciência e as orientações dos especialistas de saúde pública, Bruno Horta Soares lembrou que a entidade “autoriza ou não” este tipo de ações e não proibiu o evento. “Foi só uma recomendação”, acrescentou, garantindo que a IL esteve “alerta”, que existia “um conjunto de indicações em todo o espaço” e que se optou por “dar responsabilidade a cada um dos presentes”.

“Espalhámos álcool gel durante todo o espaço e a minha perceção é que havia muitas pessoas com máscara durante toda a noite. Mas o que foi decisivo, e o que Fernando Medina poderia ter feito para que existissem celebrações noutros pontos da cidade, foi o respeito pelos horários — por terminar cedo, às 22h30″, refere Bruno Horta Soares.

Garantindo ainda que “às 23h estava tudo a arrumar cadeiras e mesas”, Bruno Horta Soares admite que o momento de terminar o arraial foi “o de maior tensão”. Porém, “correu de forma impecável, toda a gente compreendeu e sabia que estava em 2021″.

“A minha convicção é que este tipo de evento até às 22h30 poderia ter acontecido em mais pontos da cidade, deixando as pessoas celebrar os Santos Populares com responsabilidade e estando — como eu estive — em casa à meia-noite”, remata.

De uma Alfama silenciosa a um Cais do Sodré disperso. Como se vivem os Santos Populares sem arraiais (mas com o da Iniciativa Liberal)

Nota – Artigo atualizado às 21h38 com inclusão de comentário de Francisco Louçã, antigo líder do BE

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