Atualmente deputada municipal, Raquel Coelho, que passou também pelo parlamento madeirense, volta a ser cabeça de lista do Partido Trabalhista Português (PTP) no Funchal, para “dar continuidade” ao trabalho desenvolvido.

Nas autárquicas de 2017, Raquel Coelho foi eleita deputada para a Assembleia Municipal do Funchal e é a única representante em atividade deste partido, que já teve um grupo parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira com três deputados.

Natural do concelho de Santa Cruz, contíguo a leste do Funchal, a candidata nasceu em 02 de julho de 1988, é licenciada em Gestão de Empresas e não esconde o quanto gosta de estar na praia, nem dos seus cães, que aparecem em muitas das imagens que publica nas redes sociais.

Raquel da Conceição Vieira Coelho desde muito cedo acompanhou as atividades políticas do pai, José Manuel Coelho, o polémico dirigente do PTP que chegou a ser candidato à Presidência da República em 2011, e que desfraldou uma bandeira nazi e outra do autoproclamado Estado Islâmico no parlamento madeirense, alegando serem alertas.

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Contudo, a candidata tem apostado numa forma diferente de estar na política e muitas vezes tentou ‘apaziguar os ânimos’ em momentos mais polémicos protagonizados por José Manuel Coelho, sem deixar de apoiá-lo, como quando o pai foi julgado e acabou por ser condenado por crimes de difamação e calúnia.

Foi candidata nas legislativas em 2009 (PND), e ocupou um lugar na Assembleia da Madeira como deputada e líder parlamentar do PTP nas legislaturas 2011—2015 e 2015-2019.

Nas autárquicas de 2013, o PTP integrou a coligação “Mudança”, juntamente com PS, BE, PND, MPT e PAN, no Funchal, tendo depois abandonado o projeto. Em 2017, o partido decidiu concorrer com uma lista própria, tendo obtido 1.522 votos (2,23%), e Raquel Coelho conseguiu ser eleita como deputada municipal no Funchal.

O líder do partido, Quintino Costa, já afirmou que o PTP pretende “ganhar o que perdeu nos últimos anos e atingir novamente a confiança dos eleitores”. Raquel Coelho afirmou à Lusa que o objetivo da sua recandidatura é “dar continuidade ao trabalho que o partido tem vindo a desenvolver”.

A candidata trabalhista considera que “a Câmara do Funchal tem sido governada por um homem só” e “com vereadores de costas voltadas para o presidente apenas porque não são recandidatos”. Na sua opinião, o município não pode estar sob “a ameaça da possibilidade de a direita volta a governar”.

“É nessa perspetiva que apresentamos uma candidatura forte, energética, de pessoas determinadas, com experiência e coragem necessária para tomar as melhores decisões em nome da cidade”, disse.

Raquel Coelho assume ser impossível governar uma cidade tentando “agradar e gregos e a troianos” e “deixando-se levar pelos interesses do poder económico, como se tem verificado” no principal município da região.

A cabeça de lista indicou que “um bom resultado era ganhar” as eleições e, no seu entender, o PTP, embora sem a representação que já teve, “tem todas as condições para chegar à Câmara, eleger vereadores, deputados municipais e nas assembleias de freguesia”.

Já quando concorreu ao município em 2017, a candidata defendeu uma governação não subjugada a interesses político-partidários e ao poder económico, mas “focada na resolução dos problemas da cidade”, considerando que, apesar de ter retirado o PSD do poder no Funchal, o projeto da coligação “Mudança” se “desvirtuou do objetivo inicial”.

Preocupada com os desastres registados no concelho, como os incêndios, o temporal de 2010 e a queda de uma árvore de grande porte no Monte, sublinhou na altura: “Neste momento a palavra de ordem é a segurança das populações”.

O executivo municipal, composto por 11 elementos, é liderado pela coligação Mudança, que tem seis vereadores, enquanto o PSD tem quatro elementos e o CDS um.

As eleições autárquicas ainda não têm data marcada, mas por lei devem realizar-se em setembro ou outubro.