A doação de vacinas contra a covid-19, o combate as alterações climáticas e o apelo ao respeito pelos direitos humanos na China e Rússia foram as principais decisões da cimeira do G7, que terminou este domingo.

O G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) “comprometeu-se a entregar “mais de mil milhões de doses” de vacinas até o final de 2022″ a países carenciados.

De acordo com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, citado pela agência francesa AFP, serão fornecidas diretamente 870 milhões de doses ou por meio de financiamento, o que elevará o compromisso total desde o início da pandemia de covid-19 para os dois mil milhões de doses.

A França, por sua vez, garantiu que vai duplicar a o número de doses com que se tinha comprometido inicialmente, aumentando para 60 milhões de doses até o final de 2021.

Durante a cimeira, iniciada na sexta-feira em Carbis Bay, no sudoeste de Inglaterra, os líderes mundiais apelaram ainda à Organização Mundial da Saúde (OMS) para ser realizada uma investigação mais aprofundada sobre a origem do novo coronavírus na China.

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O G7 “voltou às origens”, mas será que ainda tem um papel decisivo?

O G7 irá ainda “fornecer meios para prevenir futuras pandemias, aumentando a capacidade de produção de vacinas e melhorando os sistemas de deteção.

A meta é poder desenvolver testes, tratamentos e vacinas em menos de 100 dias, ao contrário do que aconteceu com a pandemia de covid-19 (300 dias).

Na reunião, a primeira presencial em dois anos devido à pandemia covid-19, organizada pelo Reino Unido, anunciaram a intenção de acelerar medidas de combate às alterações climáticas, mas sem especificar prazos.

Defendem a ideia de uma “revolução verde que criará empregos e limitará o aquecimento global a 1,5 graus, um limite além do qual os cientistas acreditam que a mudança climática ficará fora de controlo”.

Os países do G7 comprometeram-se a alcançar zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa até 2050, e a reduzir as emissões de carbono em 50% até 2030, comparativamente a 2010.

Os líderes dos países industrializados pretendem lançar até final deste ano novos planos de financiamento de projetos de carvão.

O G7 quer mais rapidez na proibição de novos veículos a diesel e a gasolina e na transição para veículos elétricos.

Sobre a biodiversidade, a meta definida pelos líderes mundiais é de preservar ou proteger pelo menos 30% das terras e oceanos até 2030.

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O G7 reafirmou também “o objetivo de, até 2025, os países desenvolvidos mobilizarem 100 mil milhões de dólares por ano, através de fundos públicos e privados, para ajudar os países mais pobres a reduzir as emissões de carbono e adaptarem-se ao impacto das alterações climáticas.

A cimeira do G7, que reuniu durante três dias os líderes mundiais na Cornualha (sudeste de Inglaterra), ficou ainda marcada pelo apelo à China para que que respeite os direitos humanos e as liberdades fundamentais, especialmente em relação a Xinjiang e os direitos, liberdades e alto grau de autonomia de Hong Kong consagrados no Declaração Conjunta Sino-Britânica”.

O G7 disponibilizou-se para cooperar com Pequim quando “for de interesse mútuo”.

O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, foram cuidadosos logo após a conclusão da cimeira em deixar claro que o G7 não estava em “conflito” com a China.

O G7 apelou ainda à Rússia para “cessar o seu comportamento desestabilizador e atividades malignas”, para respeitar os direitos humanos e “responsabilizar” os responsáveis por ataques cibernéticos em território russo.

Mais apoios à educação de raparigas afetadas pelo encerramento das escolas durante a pandemia covid-19, através de um financiamento de 2,75 mil milhões de dólares e a aprovação de um projeto de reforma do sistema tributário mundial, que visa estabelecer uma taxa de imposto mínima para lutar contra concorrência fiscal entre países, foram outras das decisões saídas desta cimeira.

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O G7 manifestou ainda o seu apoio à realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, entre 23 de julho e 08 de agosto, adiados em 2020 devido à pandemia de covid-19.

Os líderes mundiais pretendem o evento desportivo seja “um símbolo de unidade global na superação da covid-19”.

Para esta edição foram convidados os líderes da Austrália, África do Sul, Coreia do Sul e Índia.