Miguel Silva Gouveia está no executivo municipal do Funchal desde 2013 e tem nos últimos dois anos presidido ao executivo, mas encabeça pela primeira vez este ano a candidatura da coligação “Confiança” numas eleições autárquicas.

A coligação vencedora em 2017 volta a ter o mesmo nome, mas para o próximo ato eleitoral, a realizar em setembro ou outubro, é composta por PS, BE, PAN, MPT, PDR e Nós, Cidadãos!.

O engenheiro eletrónico Miguel Silva Gouveia, não militante, faz desde o início parte do projeto político de conjugação de forças políticas que , com a denominação “Mudança”, há oito anos acabou com as sucessivas maiorias absolutas que o PSD detinha desde o início da implantação da democracia no município do Funchal.

Em 2013, a coligação composta por PS, BE, PND, MPT, PTP e PAN foi encabeçada por Paulo Cafôfo. Quatro anos depois, a equipa de Cafôfo conseguiu, renovar a maioria com o projeto “Confiança” (PS, BE, PDR, Nós, Cidadãos e JPP). O JPP abandonou posteriormente a coligação.

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Em junho de 2019, quando Paulo Cafôfo abandonou o cargo no município para entrar na corrida para a presidência do Governo Regional da Madeira, na qual foi derrotado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, foi substituído por Miguel Silva Gouveia.

Paulo Cafôfo tornou-se entretanto líder do PS/Madeira e é deputado no parlamento insular.

Antes de entrar nas lides políticas, Miguel Silva Gouveia exerceu funções na sua área de formação, na Gestão de Redes de Energia, na Empresa de Eletricidade da Madeira.

Nascido em 09 de novembro de 1976, é também conhecida a sua “paixão” pelo futebol e é sócio do Clube Sports Marítimo há 36 anos. Gosta de caminhadas, sendo presidente da Associação do Caminho Real da Madeira (ACRM).

O autarca funchalense sublinhou que a sua candidatura é “uma consequência natural” do projeto iniciado há oito anos e a decisão só poderia ser “continuar a canalizar esforços onde pode fazer a diferença”, no Funchal.

Em declarações à agência Lusa, assumiu-se como um “presidente da proximidade”. Afirmou estar “confiante numa vitória eleitoral” e sublinhou estar “preparadíssimo” e sem “qualquer receio, anátema ou problema seja o candidato que for” que tenha de enfrentar nesta corrida eleitoral.

Quando começou o trabalho na autarquia, lembrou, referindo-se ao PSD, teve de “arrumar uma casa que foi deixada quase na bancarrota, num caos, precisamente por aqueles que querem agora regressar”.

Também destacou que “nunca teve “tantas forças de bloqueio como neste último mandato”, considerando que esta não é uma situação “natural”.

Sobre as perspetivas de futuro, o autarca indicou que quer “conseguir governar uma câmara com condições de governabilidade sólidas”, visto que tem enfrentado “uma política de terra queimada de quem não foi escolhido para fazer, mas também não deixa que os outros façam”.

O candidato reforçou que o Funchal se “emancipou” em 2013 e, presentemente, tem “um projeto próprio assente na sustentabilidade financeira e ambiental”, numa “matriz de equidade e justiça social”, apostando na correção das desigualdades, em reabilitação urbana, habitação social, investimento inteligente, inovador e reprodutivo, sempre com o envolvimento dos cidadãos na gestão da cidade.

“Não antevejo problemas maiores [num próximo mandato] do que aqueles que a gestão política hoje já nos faz enfrentar”, observou, frisando que há uma “grande incógnita, uma incerteza enorme sobre aquela que é a maior atividade económica do Funchal, que é o turismo”, devido à pandemia de covid-19.

O executivo municipal do Funchal, composto por 11 elementos, é liderado pela coligação “Mudança” (PS, BE, PDR e Nós, Cidadãos!) que tem seis vereadores, enquanto o PSD tem quatro elementos e o CDS um.

Nas autárquicas de 2017, a coligação obteve 42,05% da votação do eleitorado funchalense, representando 23.377 votos, o PSD reuniu 32,05% dos votos e o CDS-PP 8,59%.